Político republicano conservador assume ser gay

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Senador de Minnesota defende proibir o casamento homossexual
Dane Smith
Minneapolis Star Tribune
Em Mineápolis, Minnesota
O senador estadual Paul Koering, um republicano da região de Brainerd, que está no seu primeiro mandato e que até pouco tempo atrás votava sistematicamente a favor de um plebiscito para proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, revelou nesta quarta-feira (13/04) ao jornal “Minneapolis Star Tribune” que é gay, e que tem conhecimento disso desde que era adolescente.
Acredita-se que ele seja o primeiro gay declarado republicano eleito em Minnesota, e a sua declaração poderá afetar o rumo do furioso debate legislativo sobre o casamento entre homossexuais.
No entanto, Koering, 40, empresário e ex-produtor de leite, disse que a revelação não modifica a sua posição segundo a qual os eleitores estaduais devem ter a oportunidade de decidir se proíbem o casamento entre indivíduos do mesmo sexo, e que tampouco modificará a sua filosofia conservadora básica.
Em vez disso, Koering disse que deseja por um fim à especulação desenfreada –no parlamento, em sites da Internet e entre os eleitores– a respeito da sua orientação sexual.
“Sempre achei que a minha vida pessoal era apenas isso, pessoal”, disse Koering. “Mas nos últimos dois meses, houve um aumento gradual dos questionamentos. E, a seguir, com o meu voto da semana passada (rompendo com os republicanos em uma decisão sobre a emenda), foi gerada uma onda de perguntas”.
Segundo Koering, os familiares, amigos próximos e assessores em Brainerd, além dos seus colegas republicanos no Senado, sabiam que ele era gay.
“A minha decisão de me revelar publicamente permite que eu responda a todas as perguntas que precisam ser respondidas… Espero deixar este episódio para trás até o final da semana e retomar o trabalho pelo qual o meu distrito me paga”, afirmou Koering.
Ele disse que as suas prioridades incluem uma proposta para a formação de professores, acesso a seguro-saúde para fazendeiros e fomento de empresas de turismo no seu distrito.
Mas Koering também admitiu que a sua carreira política pode estar em perigo. O seu distrito principal em Minnesota, onde a concorrência entre os partidos é acirrada, é considerado bastante conservador em se tratando de questões sociais como o aborto e os direitos dos gays. Os democratas eleitos na área dos lagos centrais, como o predecessor de Koering, Don Samuelson, compartilham tais idéias.
Koering disse que espera ser pressionado tanto pelos ativistas que lutam pelos direitos dos gays, que vêem a sua vida e as suas idéias como inconsistentes, quanto pelos conservadores que consideram a homossexualidade um pecado. Mas ele disse que, se perder a sua vaga no Senado estadual, em 2006, não será o fim do mundo.
“Certamente não estou em uma posição confortável. Não importa o que eu fizer de agora em diante, sempre haverá alguém com raiva de mim”, declarou Koering. “Mas para mim esse trabalho não é nenhuma questão de vida ou morte. Eu adoro a atividade política, tenho sorte em exercê-la, concorri por ela três vezes em sete anos. Mas se não conseguir retornar, a vida seguirá em frente”.
A declaração não pareceu afetar dramaticamente o equilíbrio político no que diz respeito à batalha travada em torno da questão da proibição do casamento gay, que às vezes assume um caráter ríspido e acalorado. No entanto, ela poderá causar ruídos e provavelmente não ajudará os defensores da proibição.
O ex-presidente do Senado, Allan Spear, democrata de Mineápolis que em 1974 se tornou um dos primeiros políticos eleitos do país declaradamente gays, disse achar que o novo status de Koering gerará um efeito sutil sobre a maneira como as coisas são discutidas.
“Isso significa que os republicanos terão alguém nas suas próprias trincheiras para enfrentarem”, afirmou Spear. “O fato de ele se sentar lá afetará o que os republicanos dizem e como dizem. É algo que cria uma dinâmica diferente”.
Mas os defensores da proibição do casamento gay disseram que a declaração de Koering não deverá afetar a decisão do Senado e da Legislatura no sentido de exercer pressões para a realização do plebiscito neste ano.
“Falar sobre Paul ou sua declaração não causará dano algum para os dois campos”, opinou Chuch Darrel, diretor de comunicações do grupo Minnesota for Marriage (Minnesota pelo Casamento), acrescentando que está contente por ouvir que Koering ainda apóia a realização do plebiscito.
“Hoje estamos orando pelo senador Koering e a nossa única preocupação no momento é que ele faça as melhores escolhas para si e seus eleitores… Gostamos do senador e não temos nenhuma má vontade com reação a ele”, afirmou Darrel.
Koering se tornou o quarto político eleito homossexual de Minnesota a ser classificado como “declarado” pelo Instituto Victory de Fundos e Lideranças Gays e Lésbicas. Segundo o instituto, existem atualmente cerca de 290 políticos eleitos em 38 Estados que se encaixam nessa categoria. Apenas 12 Estados não possuem políticos eleitos que sejam gays declarados.
Tradução: Danilo Fonseca


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