Gwyneth Paltrow ataca de diretora

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Felicia R. Lee
NOVA YORK – Gwyneth Paltrow gritou “Corta!” como se sua vida dependesse disso. Bebendo chá verde quente em um dos dias mais quentes do ano, no apartamento do Brooklyn que foi transformado em um set de filmagem, Paltrow estava dirigindo seu primeiro filme, “Dealbreakers”, curta sobre os encantos ambíguos do namoro.
A certa altura, olhando o monitor em uma camisola rosa com o escrito “Sra. Martin” (ela é casada com Chris Martin, vocalista do grupo de rock Coldplay), Paltrow sugeriu mais uma tomada de Travis, um hippie bonachão.
“Mais uma tomada, e então Opera Man”, Paltrow falou, referindo-se a um dos encontros amorosos mal sucedidos do filme, um curta de dez minutos sobre aqueles momentos dos encontros quando você percebe que não vai dar certo, normalmente por causa de alguma coisa que a pessoa tenha feito ou falado.
Tais momentos de preocupação ocasionalmente eram interrompidos por preocupações maternais. Apple, sua filha de 14 meses de idade, estava presente no set com Paltrow.
Gwyneth, que divide seu tempo entre Londres e Nova York, chamou o filme de uma chance para se estender artisticamente e ajudar uma boa causa.
O curta foi um de quatro histórias transformadas em filmes por um painel consultivo de executivas e atrizes em Hollywood, reunidas para promover a causa feminina em filmes.
O painel escolheu entre 4.000 ensaios sobre eventos transformadores da vida, que leitores da Glamour enviaram para a revista no início deste ano. Paltrow foi co-autora e co-diretora de “Dealbreakers” com Mary Wigmore, uma amiga próxima e cineasta, que é madrinha de Apple.
As histórias de Glamour incluíam narrações usuais de morte e divórcio e sobre se encontrar depois da maternidade, mas também recheados com momentos mais leves de epifania.
A série de filmes será eventualmente apresentada em 25 mercados a partir de outubro, e um DVD com eles também será inserido na edição de dezembro da Glamour.
A revista vai fazer uma doação para a FilmAid International, organização de caridade que usa filmes para ajudar comunidades a lidar com desastres. Neste caso, a FilmAid vai usar o dinheiro para ajudar mulheres em campos de refugiados no Quênia.
“A marca quer dar poder às mulheres”, disse Leslie Russo, editora associada da Glamour, sobre o envolvimento da revista no projeto. “Hoje, com essa cultura obcecada por celebridades, como nós estendemos a mensagem? Como apoiamos a narração de histórias de mulheres reais em Hollywood?”
A Glamour escolheu Moxie Pictures, produtora de filmes e comerciais, para desenvolver as histórias, produzir os curtas e reunir o painel consultivo que selecionou os ensaios e ajudou a encontrar os elencos dos filmes. O painel incluiu as atrizes Katie Holmes, Lucy Liu e Julianna Margulies, assim como Meryl Poster, ex-presidente de produção na Miramax Films; Caroline Kaplan, vice-presidente na IFC Entertainment; e Cara Stein, chefe de operação na William Morris Agency.
Os ensaios vencedores foram combinados com talentos femininos atrás e na frente das câmeras, incluindo, além de Gwyneth; Jenny Bicks, escritora e produtora de “Sex and the City”; a diretora Trudy Styler (a minissérie “Empire”); e as atrizes Rosario Dawson e Debi Mazar.
Dos outros três filmes, um se fixa na busca de uma mulher para encontrar o pretinho básico certo, enquanto outro diz respeito a uma mulher que confia seus instintos sobre o que está faltando em sua vida. O último é sobre o encontro acidental de uma dona-de-casa com travestis.
Paltrow falou que ela e Wigmore foram atraídas pelas possibilidades cômicas de “Dealbreakers”, e estruturou o filme com um falso documentário das aventuras amorosas de Fran, nova-iorquina de 30 anos de idade. Elas filmaram durante três longos e quentes dias de Nova York.
“Tem sido ótimo”, disse Paltrow sobre sua primeira tentativa como diretora.
“Acho que sou muito sensitiva pela perspectiva dos atores”, ela continuou. “Obviamente, eu trabalhei em 30 filmes, então acho que aprendi muito sobre filmar por osmose. E passei basicamente 12 anos da minha vida em sets de filmagem”.
Paltrow, 32, que ganhou o Oscar de melhor atriz em 1999 pelo papel de Viola De Lesseps em “Shakespeare apaixonado”, é uma criança do show business. O pai dela, Bruce Paltrow, que morreu em 2002, era produtor e diretor; a mãe dela, Blythe Danner, é atriz. O irmão, Jake, é diretor.
“Meus pais me desencorajavam muito em seguir este caminho”, disse Paltrow sobre a carreira de atriz.
Já existem rumores sobre o próximo filme dela, “Proof”, que deve estrear no dia 16 de setembro. O filme, um dos últimos projetos dos co-presidentes da Miramax, Harvey e Bob Weinstein, e Paltrow espera trabalhar de novo com eles, que vão começar outra produtora depois de deixar a Miramax no dia 30 de setembro.
Apesar de seu poder de celebridade, ela acredita que a indústria possui modos diferentes quando se trata de mulheres.
“Acho que muitas escritoras em Hollywood escrevem de suas próprias experiências”, ela falou. “Mas normalmente, estas experiências em Hollywood ficam tão homogeneizadas e colocadas no sistema dos estúdios, que o que começou como uma idéia central da vida de alguém se transforma em um filme que você já viu várias vezes”.
“Os homens em Hollywood dificultam para as mulheres. Eu acredito nisso. Isso significa que é como indústrias de homens. É dirigida principalmente por homens”.
Bricks diz que o cenário televisivo melhorou para as mulheres com o sucesso de “Desperate Housewives” e “Sex and the City”.
O projeto da Glamour mostrou a um grupo de mulheres talentosas que elas poderiam realizar trabalhos que algumas não poderiam ter feito antes, acredita Poster.
Com as mulheres liderando estúdios na Disney, Universal e Sony, “alguém disse para mim que chefes, homens, de estúdios estão se tornando uma espécie em extinção”, falou Pôster.
Ele afirma que a indústria está muito mais amigável às mulheres. Elas não estão dirigindo filmes em grande quantidade, ela falou, porque é um trabalho muito abrangente, o que nem sempre é compatível com a complexidade das vidas femininas.
Ainda assim, Paltrow insistiu, “isso faz com mulheres escrevam curtas ou longas sobre mulheres”.


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