Guia GLS do Festival

Allan Johan

Em 2006, quando começamos a apresentar uma seleção de peças com temática GLS do Festival de Teatro de Curitiba (agora Festival de Curitiba), foram seis as peças selecionadas. No ano passado, 12 espetáculos entraram em nossa seleta lista, bastante copiado por acaso. Para este ano, um número maior: 13 peças com personagens ou temática gay. A surpresa foi que duas peças estão na mostra oficial do Festival.
Selecionamos com orgulho e muito trabalho 11 espetáculos que esperamos que sejam prestigiados pelo nossos leitores. Na próxima semana apresentaremos os locais e horários de apresentação destas peças.

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Mostra Contemporânea
Mundo Gerald Thomas — Rainha Mentira / Queen Liar
Em Rainha Mentira/Queen Liar, Gerald Thomas faz um levantamento alegórico da pulverização das tragédias históricas e de assuntos absolutamente pessoais – como a vida extremamente triste de sua mãe, acusada aos nove anos de idade pelo enforcamento do próprio irmão, um jovem de 17 anos, homossexual, em uma Alemanha já tomada por Hitler.

Salmo 91 — Indicado a três Prêmios SHELL (melhor autor – Dib Carneiro Neto, melhor direção – Gabriel Villela, melhor ator – Rodolfo Vaz), a adaptação do best seller Estação Carandiru, de Drauzio Varella, feita pelo jornalista Dib Carneiro Neto traz para o teatro as personagens apaixonantes do livro e do filme dirigido por Hector Babenco.

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Fringe
Loucas, nervosas e equivocadas — No Fringe, que reúne a programação alternativa, há várias opções, algumas imperdíveis, outras questionáveis. No primeiro grupo, está o hilário espetáculo Loucas, nervosas e equivocadas, da Cia. Máscaras de Teatro. Na trama, três amigos homossexuais moram juntos e almejam fazer sucesso na carreira artística.

As Fervidinhas — As Fervidinhas, da EnCena Produções Artísticas, que no ano passado apresentou As Fervidas, na casa noturna gay Cats Club. As Fervidinhas será apresentada no mesmo local, como uma continuação de As Fervidas.

Do Claustro — Para quem não assistiu em São Paulo, Do Claustro terá duas três apresentações no Fringe. É um panorama do Brasil Colônia bem construído, ainda que com interpretações irregulares. Tudo através de um relato repleto de violência e sexo.

Casa de Caio — Seis suspeitos: Caio foi assassinado. Sua velha casa guarda todos os segredos, entre eles homens, mulheres e uma travesti cheios de dúvidas e histórias pra contar de um momento importante de suas vidas com Caio. Baseado em textos de Caio Fernando Abreu.

Cold meat party — Um grupo de velhos amigos – um pop star gay, uma cineasta feminista e um político homofóbico – e seus acompanhantes se encontram em uma pensão de Manchester para o funeral e a leitura do testamento de um amigo do colegial.

Eu quero sexo parte VII — As outras partes (de 1 a 6) foram corretas, mas sem grandes inovações. A peça abrange questões possíveis sobre sexualidade, da gravidez precoce à homossexualidade, sem deixar de passar por pontos como o uso da camisinha e incompreensões mútuas entre os universos masculino e feminino.

Lábios do Preconceito — Uma cantora que mora com sua melhor amiga e é apaixonada por ela; um marido escuso e um ativista gay são os personagens centrais desta trama.

O mundo é gay — Na mesma linha, só assista O mundo é gay se quiser passar nervoso. O diretor, Treat Serpa, é figura carimbada no festival, sempre com montagens que falam das diferenças entre os gêneros. Desta vez, quer “identificar as várias facetas gays que estão camufladas por toda parte”. No fundo, são preconceitos disfarçados de “modernidade”. Passe longe.

Papai não é mamãe — Rafael, um jovem que mora com seu pai e seu tio, ambos desempregados, é surpreendido ao encontrar os dois trabalhando como transformistas numa festa. Embaraçado, ele os apresenta a sua namorada, uma fervorosa evangélica, como sua mãe e sua tia. Mas a situação se complica quando a garota chega de surpresa na casa dos três.

Bem Paraná