FOLHA tenta explicar a cobertura da Parada

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Da coluna do ombudsman, deste domingo:
A Parada Gay
Marcelo Beraba
O maior número de mensagens que recebi nesta semana com críticas à Folha
se referia à cobertura da Parada Gay, realizada no domingo passado. Na
Crítica Interna de segunda, questionei o uso pelo jornal, sem
questionamento de critérios, dos cálculos de participantes divulgados
pela Polícia Militar (1,8 milhão) e pelos organizadores (2,5 milhões).
Acredito que sejam números chutados.
Mas o que incomodou os leitores não foi esse detalhe, mas o enfoque da
cobertura. Vários escreveram se dizendo decepcionados. Não publico seus
nomes porque não tive condições de pedir autorização. Mas reproduzo
alguns trechos de mensagens.
Um leitor viu “preguiça, desleixo e preconceito” na cobertura. Outro,
“desrespeito”: “Preferiram focar a reportagem apenas no lado negativo da
Parada Gay e não focá-la no seu lado social”.
Uma mensagem é mais analítica: “(…) o fato concreto é que a parada
ainda é majoritariamente vista como pauta comportamental, e não política
ou de interesse geral. (…) Falta muito ainda para a chamada grande
mídia dar um tratamento jornalístico minimamente denso à causa e às
manifestações de lésbicas, gays e transgêneros”. Esta mesma mensagem
sugere que se cobre da mídia uma cobertura mais respeitosa. “Pelo menos
a Folha e o “Estado” ficaram, mais uma vez, devendo uma cobertura
razoável.”
O editor de Cotidiano, Rogério Gentile, não concordou com a avaliação de
que a cobertura tenha sido preconceituosa: “O que aconteceu na avenida
Paulista foi uma festa, sem desmerecer o aspecto político. O caráter
festivo predominou e foi isso que a Folha registrou, sem preconceito”.
Acho que o jornal ficou muito preocupado com a festa e acabou dando
pouco espaço para as reivindicações da manifestação.
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Marcelo Beraba é o ombudsman da Folha desde 5 de abril de 2004. O
ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser
demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses
após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva
dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos
domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
Cartas: al. Barão de Limeira 425, 8º andar, São Paulo, SP CEP 01202-900,
a/c Marcelo Beraba/ombudsman, ou pelo fax (011) 224-3895.
Endereço eletrônico: [email protected]. Contatos telefônicos: ligue
(0800) 15-9000; se deixar recado na secretária eletrônica, informe
telefone de contato no horário de atendimento, entre 14h e 18h, de
segunda a sexta-feira.


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