Em New Jersey Casais Gays terão os mesmos direitos que casais heteros

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Nova Jersey equipara os casais gays aos heteros
Decisão da Suprema Corte de Nova Jersey, de determinar que casais gays tenham os mesmos direitos e benefícios dos casais heterossexuais, chega num momento difícil para o Partido Republicano, que sempre se opôs a esse pleito. O tema está sendo capitalizado na campanha eleitoral

Raul Juste Lores
da Folhapress

A Suprema Corte do Estado norte-americano de Nova Jersey determinou ontem que casais homossexuais tenham os mesmos direitos e benefícios dos casais heterossexuais. E deu prazo de seis meses para que o Governo do Estado aprove as leis necessárias para permitir as uniões civis gays. Nos Estados Unidos, Massachussets já aprovou o casamento gay, enquanto Vermont e Connecticut permitem a união civil.

A decisão judicial chega em momento difícil do Partido Republicano, que sempre se opôs às reivindicações dos casais gays. Há menos de um mês, o deputado republicano Mark Foley renunciou, ao serem revelados e-mails em que ele assediava estagiários do Congresso de 16 e 17 anos de idade, em Washington.

O escândalo sexual atinge o partido que em todas as mais recentes campanhas eleitorais se vendeu como o defensor dos valores familiares tradicionais, desde a revelação das aventuras do ex-presidente Bill Clinton com a estagiária Monica Lewinsky, há 10 anos. Em 2004, onze estados norte-americanos promoveram no mesmo dia da eleição presidencial referendos para proibir a união civil homossexual.

A estratégia era levar os eleitores mais conservadores às urnas, quando o voto é facultativo nos EUA. No início do ano, apesar do fracasso da guerra do Iraque, de Osama bin Laden solto e de sua popularidade despencando, Bush tentou aprovar uma emenda constitucional proibindo o casamento gay. Foi derrotado.

Nas últimas semanas, foi revelada a homossexualidade de vários políticos republicanos por ativistas gays. Assessores de Bush, do secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, e de vários deputados e senadores famosos por atacarem os gays em campanhas \”saíram do armário\”. \”O maior temor dos líderes republicanos é que os ultraconservadores fiquem em casa e não votem nestas eleições, chocados ao descobrir que o partido deles está cheio de gays\”, disse o ativista gay Michelangelo Signorile, autor do livro Queen in America, sobre o \”armário\” nos Estados Unidos.

\”Será difícil para os republicanos continuarem a satanizar os gays como um bicho-papão para ganhar as eleições\”, escreveu o colunista de The New York Times, Frank Rich. \”O escândalo Foley ofuscou a aprovação da tortura de prisioneiros pelo Congresso ou o teste nuclear na Coréia do Norte porque os republicanos não param de fazer propaganda de seus valores familiares. Suas escorregadas são irresistíveis como uma farsa de MoliÕre\”, escreveu.

No início do escândalo, alguns líderes da extrema-direita norte-americana até tentaram usar o assédio do deputado Foley aos adolescentes contra os gays. Até os gays republicanos estão se aproveitando da situação. \”Não acredito que vá existir uma caça às bruxas no partido, pois os gays são membros muito importantes\”, disse Patrick Sammon, presidente-interino do Log Cabin, a divisão gay republicana, com 20 mil afiliados. \”A opinião pública está agora mais do nosso lado. Está reprovando mais a hipocrisia que a homossexualidade\”, declarou.


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