ato de apoio à lei que permite união entre gays na Espanha

da Folha Online
A Federação de Lésbicas, Gays e Transexuais da Espanha vai realizar no próximo sábado (18), em Madri (capital espanhola), um ato de apoio à lei que regulariza o casamento entre homossexuais e permite a adoção de crianças por esses casais.
Os deputados espanhóis foram os primeiros em todo o mundo a aprovar as duas leis simultaneamente, que devem passar agora pelo Senado.
A ação do grupo vai ocorrer horas antes do protesto convocado pelo Fórum da Família contra o casamento entre gays –que recebe o apoio da Igreja Católica. O presidente da Conferência Episcopal espanhola, Antonio María Rouco, e outros 20 bispos devem participar do protesto.
O ato da federação dos gays conta com a adesão de mais de uma centena de ONGs (organizações não-governamentais), entre elas muitas que trabalham em âmbito familiar.
Manifesto
Representantes da federação devem ler, durante o ato, um manifesto e uma resposta às queixas dos grupos contrários ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, e ao direito dos casais gays em adotar crianças.
O texto diz que “os protestos contra a lei [para regulamentar o casamento entre gays]são originários daqueles que não entenderam que as leis são feitas pelo Parlamento de acordo com a necessidade dos cidadãos, e não das crenças religiosas”.
Beatriz Gimeno, presidente da federação , afirmou que a entidade respeita os católicos, “mas não a conferência episcopal”. Ela também disse que o ato “não é uma contramanifestação” ao protesto liderado pelos católicos.
A Associação de Teólogos João 23 reprovou ontem a ação da igreja na convocatória do protesto para sábado (18), pois segundo os especialistas, isso gera uma “divisão entre os católicos”. Além disso, 18 associações de grupos cristãos gays elaboraram um comunicado contra o protesto liderado pelos bispos espanhóis.
Dia do Orgulho Gay
Os atos de comemoração do Dia do Orgulho Gay na Espanha serão iniciados também neste sábado, com a inauguração de uma exposição em Madri, e devem terminar no próximo 2 de julho, com a realização da já tradicional comemoração na capital.
Segundo Gimeno, a celebração do dia poderá ser “especial neste ano” já que, até lá, o Congresso poderá ter ratificado o projeto de lei sobre o casamento entre homossexuais e a adoção de crianças.
Mais de 1 milhão de pessoas são esperadas para as comemorações de 2 de julho.
Com agências internacionais