Solteiro, por opção ou ocasião ?

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A coluna de hoje não está especialmente dirigida aos solteiros, embora seja esse o título. Muitos casados podem também repensar suas relações, ao invés de estarem voltados apenas à rotina do trabalho, do trânsito, do estar casado, da falta de tempo.
Vocês já se deram conta, da importância que se tem dado ao “ter”? Que quanto mais, melhor? E que por conseqüência, o “não ter” tem diminuído a tolerância às pequenas frustrações diárias, ocasionando um acúmulo de “coisas” que se guardam para se resolver depois, e que ninguém fala à respeito, nem mesmo toca no assunto?
Todos nós somos providos de mecanismos de defesa; mecanismos estes que servem para nos proteger dessas frustrações, medos, raivas, inseguranças e outros sentimentos, que quando surgem são abominados a princípio. Tais mecanismos nos mostram caminhos alternativos para lidar com esses sentimentos, mas, como usá-los, se ultimamente o que importa são os grandes acontecimentos, sem se dar conta que grandes acontecimentos, são na verdade, a soma das pequenas coisas, dos momentos diários?
Tenho notado que nessa época, outono/inverno, meus clientes, solteiros e casados, reclamam mais de suas “solteirices”. Querem amar mais e melhor, namorar e depois casar de verdade. Percebo, e vocês também, que nessas estações, é natural querer estar abraçadinho, acasalado, ter alguém para dividir o cobertor, até mesmo, porque o corpo pede.
O natural clima de romance solto no ar, que diz isso o tempo todo. É o desejo físico, o querer mandar flores, bilhetes, dizer que ama.
Só tem um porém, esses desejos, na medida em que aumentam, diminuem consideravelmente na prática, tornando crônicas, a falta de afeto, de imaginação, de falar e de ouvir o quanto é bom estar ao seu lado, mesmo nos dias em que nada se comemora. É a velha e conhecida frase, porém mais atual que nunca, daquele que não dá valor quando se tem, mas que entra numa profunda depressão quando se perde, ou melhor, quando deixa ir aos poucos.
O termo solteirice que uso aqui, significa, tanto estar solitário, como estar só mesmo acompanhado.
A minha experiência no meio GLS, tem me mostrado, que o que muda, são somente os sexos que se relacionam entre si. Nas relações entre os homens, estar casado é quase sinônimo de raridade, do tipo, quem tem segura, senão perde. É uma contradição, pois há um medo explícito, porém sutil e nada visível, de não ficarem juntos por muito tempo, como se o namoro fosse acabar a qualquer momento, a qualquer fim de semana. Então fica mais fácil só “ficar” para não perder. No primeiro contato, o relacionamento, na sua maioria, porém com exceções, é unicamente físico, e o físico por si só não se consolida, termina na mesma noite ou na manhã seguinte.
Já entre as mulheres, existe também o físico, mas acompanhado do emocional, do tempo para se conhecer, se envolver e se amar. A mulher quer ficar no primeiro dia, no segundo, e nos seguintes, e demonstra esse desejo à parceira. É uma construção diária. Pronto, se casam e vão morar juntas.
“A semente nunca está em perigo, lembre-se disso. Que perigo haveria para a semente? Ela está completamente protegida. Mas a planta está sempre em perigo, a planta é muito delicada. A semente é como uma rocha, dura, protegida por uma crosta grossa. Mas a planta precisa enfrentar mil e um perigos. E nem todas as plantas atingirão o estágio em que poderão florescer em mil e uma flores …”
Osho
Quero que vocês percebam, que em nenhum momento estou dizendo se tais formas de se relacionar estão certas ou erradas. Minha intenção não é julgar, mas apenas demonstrar os caminhos que muitas vezes se escolhe, consciente ou inconscientemente, e que errar ou acertar fazem parte desse percurso e de sua própria escolha.
Você escolhe se que ser uma semente ou uma flor, estar sempre protegido ou tornar-se vulnerável.
Margarete Godoy, psicóloga com experiência em Análise Transacional, Comportamental e Bioenergética, voltados ao atendimento GLS.
[email protected]


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