Gays vistos como “afeminados” são discriminados tanto por héteros quanto por homossexuais

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Estudo aponta que tanto gays quanto heterossexuais preferem homens com aparência masculina para ocupar papéis de liderança

Por Redação Galileu

Um artigo publicado na revista especializada Sex Roles tem sido apresentado como um dos primeiros, se não o primeiro, estudo experimental a demonstrar os custos que trejeitos tidos hoje como femininos acarretam a homens assumidamente gays, especialmente no que diz respeito ao reconhecimento como líderes no local de trabalho.

De autoria de Ben Gerrard, pesquisador em gênero e sexualidade na Escola de Psicologia da Universidade de Sydney, a pesquisa demonstra que tanto os gays quanto os heterossexuais preferem homens que apresentam trejeitos tidos como masculinos para papéis vistos como de alto status profissional – o que implica dizer que homens gays tidos como “afeminados” estão ainda mais suscetíveis a discriminação no local de trabalho, inclusive em práticas de contratação e promoção.

“Ainda se espera que os homens se conformem aos estilos masculinos mais tradicionais de liderança e, se não conseguirem projetar suficientemente os traços masculinos, correm o risco de sofrer penalidades de status “, comenta Gerrard em comunicado à imprensa sobre os resultados da pesquisa. O cientista ainda reforça que, embora os gays pareçam desfrutar de maior igualdade e representação nas culturas ocidentais, a conclusão do estudo evidencia a necessidade de se continuar agindo para combater o preconceito, especialmente contra gays de apresentação feminina, em uma variedade de contextos, tanto profissionais quanto sociais.

Para avaliar o peso de uma apresentação mais feminina em comparação com uma mais masculina, o cientista focou em traços como tom de voz, linguagem corporal e postura. Foram convocados 6 atores, todos gays na vida real, para interpretar um mesmo texto em duas versões: uma com trejeitos ditos masculinos e outra com trejeitos femininos. O roteiro tratava de vender Sydney no exterior e o elenco pedia um ator que pudesse ser visto como um líder ou alguém que fosse admirado pelo público.

Um grupo de 256 homens, gays e heterossexuais, foi convidado a assistir aos vídeos e selecionar um ator que pudesse representar a Austrália. Eles assistiram a versão feminina ou masculina de um determinado ator e colocaram em um papel sua preferência. O resultado comprova que ambos, tanto homens gays quanto homens heterossexuais, preferiam o ator mais masculino para o comercial.

“Hoje operamos em locais de trabalho baseados em equipes, onde as qualidades de liderança efetiva são: cordialidade, empatia e boa comunicação – que são consideradas características femininas e poderiam levar um homem gay com apresentação mais feminina a ser um candidato ideal para um papel de liderança”, aponta Gerrard . “No entanto, ainda valorizamos a masculinidade tradicional em um nível de liderança sênior como uma medida da capacidade de liderar, porque os traços femininos tradicionais são considerados muito suaves ou não têm autoridade suficiente.”, completa.

Revista Galileu


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