Fernando de Noronha tem ecoturismo homossexual

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ROBERTO DE OLIVEIRA
da Revista da Folha
Que Fernando de Noronha é um dos maiores espetáculos da Terra não é novidade. Mas a nova é que o arquipélago começa lentamente a se abrir para o ecoturismo GLS e tem todos os requisitos para se tornar a grande sacada da temporada de verão.
Os ventos sopram bem de leve, mas a favor. Primeiro: o ecoturismo é um dos segmentos que mais crescem dentro do turismo mundial, justamente ao lado dos destinos GLS. Segundo: se os casais “straight” adoram rolar pelas praias enquanto assistem ao pôr-do-sol, namorar na lua cheia ouvindo só o barulho das ondas, desbravar de mãos dadas um dos melhores pontos de mergulho do planeta, por que os gays não podem deixar de lado a ferveção das boates urbanas e desfrutar o frescor das mesmas riquezas naturais deste “paraíso” tropical?
Terceiro e óbvio: claro que não só podem como devem. Para completar a festa, é cada vez maior o número de operadores e agências de turismo especializadas na ilha que ampliam o cardápio de atrações voltado para o público GLS. Hoje, gays, lésbicas e simpatizantes visitam o arquipélago pernambucano, a 545 km de Recife, porém não há praticamente nenhum programa voltado ou desenvolvido exclusivamente para esse público.
Antes de mais nada vale a pena se ligar: como qualquer ponto de badalação, Noronha tem gays espalhados por todo canto lidando com turistas: das pousadas mais simples às mais sofisticadas, dos restaurantes finos ao popular self-service, dos guias de turismo a funcionários públicos, da pizzaria ao forró do Cachorro –o agitado ponto de encontro de nativos e forasteiros.
A população GL (gays e lésbicas) acabou disseminando o S (simpatizante), e o espírito “gay-friendly” tomou conta do arquipélago. Afinal de contas, quem se estressará ou se preocupará com a sexualidade alheia num cenário tão afrodisíaco como aquele?
É bom lembrar que a maré está alta para todos os peixes. O jeito é se deixar contagiar pelo clima colorido dos corais que abraça o arquipélago. Comece pela alegre pousada do Zé Maria, um personagem-símbolo de Noronha. Se não puder se hospedar lá, um típico ambiente “gay-friendly”, não perca um dos concorridíssimos jantares organizados por ele sempre às quartas e sábados. A comida é ótima, o atendimento é de primeira e sempre vira festa no final. Não se assuste se terminar com show de “drag queen”.
Cavalgadas
A animação em Noronha rola de dia e à noite, no mar ou em terra firme. Reserve energia e disposição. Comece a aventura com uma cavalgada na lua cheia por praias como a da baía dos Porcos, diante do morro Dois Irmãos, indo até a do Sancho e chegando à praia por uma escada encravada em uma fenda na falésia.
Belo convite, sobretudo para casais. As cavalgadas são organizadas pela agência Your Way (tel. 0/xx/81/ 3619-1796), com base em Noronha, de agosto a novembro, fora da época de desovas de tartarugas-marinhas. O que não falta por lá é gente ecologicamente correta. A natureza agradece.
Na manhã seguinte, sol gritando, calor forte. Se a idéia é se jogar no mar, há passeios privativos em lanchas com sashimi a bordo e mergulho pelo mesmo preço.
Que tal apreciar a vista de Noronha a partir do mar, a 500 m da terra? Melhor: em dupla. Passeie de caiaque pela costa. Pare para um snorkeling na Conceição.
Reserve meio dia para as trilhas GLS, com almoço na praia da Conceição, no bar do Duda Rei, ou para a happy hour no bar do Boldró, na praia de mesmo nome.
A Ponta Negra Tour (tel. 0/ xx/ 84/219-5121), com sede em Natal, especializada em Noronha, é outra que faz pacotes GLS, trabalhando com agências de São Paulo. Na ilha, a hospedagem é em pousadas, das mais simples às sofisticadas, todas “gay-friendly”.
Um dos programas mais badalados da Ponta Negra são os “batismos” de mergulho, com a Atlantis Divers (tel. 0/xx/81/3619-1371), do francês Patrick Müller, que opera três barcos próprios. Pule de cabeça. O batismo é feito com visitantes que não têm credencial de mergulhador. O turista é guiado por um mergulhador e pode descer a até 13 m. Dura em média 30 minutos. O local do mergulho é decidido na hora. Opções não faltam: são 20 pontos.
Qualquer época é boa para mergulhar em Noronha, mas de agosto a dezembro chove menos, e a água está mais clara. No mar, arraias, polvos, moréias e até tubarões. Ampliar o seu conceito de sedução? Não tem preço. Noronha fica para sempre na memória.


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