Vitória sobre preconceito alegra comunidade gay durante a folia

0

Eugênio Afonso

O Carnaval é uma festa gay no sentido exato da expressão inglesa: “Alegre”. Mas, há tempos, gay tem sido apropriada pela comunidade homossexual e hoje é automaticamente associada a esse universo.

Pois não é que os gays também se identificaram absurdamente com o Carnaval? Afinal, nada mais equivalente do que uma alegria se apropriar de outra. E, desde tempos pretéritos, os homossexuais, sobretudo os da ala masculina, são destaques na festa de Momo em todo o planeta. Em Salvador parece que ganham mais visibilidade a cada ano e estão cada vez mais soltos.

Beijo na boca entre dois homens ou entre duas mulheres no Carnaval já deixou de ser um ato perigoso e realizado, de forma tensa, em um beco escuro longe dos holofotes. A comunidade vem, a cada ano, ocupando espaço na festa e expressando a afetividade em plena avenida como qualquer folião hétero.

“Estamos felizes por dar um não ao preconceito e estarmos em todos os espaços, sempre em busca de mais visibilidade. O crescimento do nosso empoderamento vem da consciência de que podemos estar, e ser respeitados, em qualquer lugar”, reforça Genilson Coutinho, editor-chefe do site Dois Terços, especializado em notícias para o público LGBT+.

Este ano, que promete ser do Carnaval sem cordas, os blocos voltados para o público LGBT+ são os que tiveram menos dificuldade de vender abadás.

E o roteiro para esse público é extenso. Começa hoje, no circuito Dodô (orla), com divas da folia: Daniela Mercury, sem cordas, Claudia Leitte, Aline Rosa e Os Mascarados, tradicionalmente LGBT+, comandado por Sandra de Sá e Liniker. E ainda tem encontro, e muita paquera, no Beco das Cores, antigo Beco da Off (Barra).

Nos outros dias também tem desfile de bloco e trio com muito gay entre os foliões. Mais informações estão no site San Folia, especializado no público LGBT+ – www.sanfolia.com (criado pelo grupo San Sebastian) – com dados de blocos assumidamente gays – Crocodilo (Daniela), Blow Up e Largadinho (Claudia Leitte) e O Vale (Aline Rosa).

E a San Sebastian ainda convoca para o ‘fervo’, após os desfiles. A boate gay abre de hoje até o dia 17, no Rio Vermelho, ao som das carrapetas de vários DJs.

Para o paraense Gustavo Aguiar, 25, é bacana blocos assumirem a diversidade: “Não dá para se contentar só com esses espaços. Temos que beijar no Largadinho, mas também em outros blocos e pipoca,  ocupar os espaços, não somos diferentes de ninguém”.

Como de hábito, o Carnaval chega com novidades. Uma delas vem de Preta Gil, assumidamente bissexual. Ela lança a primeira boate do circuito Dodô, a Blacktape, para funcionar só na folia, de amanhã a terça, das 22h às 6h, entrada paga.

Denúncia 

Apesar da visibilidade crescente da comunidade LGBT+, ainda há homofobia e é preciso ter cuidado e se posicionar quando houver agressão física ou verbal.

O Centro de Referência LGBT disponibiliza o telefone 98622-5494 (WhatsApp) e atua na festa, com posto central no Campo Grande.

Mas não precisa ficar intimidado. Brinque tranquilo, afinal já está estabelecido que lugar de gay no Carnaval é fora do armário e em qualquer circuito.

 

 

http://www.atarde.uol.com.br/carnaval/noticias/1934622-vitoria-sobre-preconceito-alegra-comunidade-gay-durante-a-folia


Deixe um comentário ou dica do que gostaria que pudéssemos trazer de novidade para vocês. E se curte nosso CANAL faça uma doação de qualquer valor para que possamos continuar com esse trabalho.

PIX: (11) 98321-7790
PayPal: [email protected]

TODO APOIO É IMPORTANTE.

Compartilhar.

Sobre o Autor

Comments are closed.