Durante uma cerimônia no Teatro Riachuelo, no centro do Rio de Janeiro, o travesti Verónica Valenttino recebeu o Shell como prêmio de melhor atriz. Trata-se da honraria mais importante de condecoração do teatro brasileiro. O reconhecimento veio em razão de Verónica ter sido protagonista do musical Brenda Lee e o Palácio das Princesas, apresentado em temporada, em 2022.
“É possível”, disse o travesti, ao receber o prêmio de melhor atriz, na noite de 21 de março. “A todas as nossas travestis: podem perceber que, sim, podem sonhar. E não precisam ser puta — não que seja um problema ser puta, mas é porque não vão prostituir nossos corpos nem a nossa melhor porção que é a arte. Se quiserem estar aqui e viver de arte: podemos, sim.”
Entre outras artistas, Vera Holtz e Renata Sorrah estiveram no evento.
Verónica Valenttino não é a única pessoa LGBT+ que tem ganhado prêmios em categorias femininas.
No início da semana passada, Leigh Finke, parlamentar trans do Estado de Minnesota, recebeu o prêmio USA Today’s Women of the Year. A honraria premia mulheres que desempenharam um papel social relevante para os Estados Unidos. Além de Leigh, ganharam o troféu Michelle Obama, ex-primeira-dama dos EUA; Goldie Hawn, atriz; e Nicole Mann, astronauta.
Dias antes, Valentina Petrillo, atleta trans da Itália, que nasceu do sexo masculino, bateu o recorde dos 200 metros rasos na categoria feminina. Dessa forma, passou a acumular na carreira oito vitórias contra outras mulheres.
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