Terapias de conversão sexual continuam sendo um problema na Suíça

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Ao contrário de muitos países, a Suíça se recusa a proibir as chamadas terapias de conversão, que alegam “curar a homossexualidade”. Elas ainda são praticadas, muitas vezes atrás das portas das igrejas evangélicas. Várias vítimas falam de sua lenta recuperação.

“Eu fiquei de joelhos no meio de um círculo de pessoas, todas gritando para expulsar de mim o demônio da homossexualidade. Algo tinha de acontecer para que eles parassem. O esgotamento psicológico acabaria por me trazer lágrimas ao rosto. Para eles, era o sinal de que eu estava curado”. Mario, 29 anos, relata, seguro de si próprio, as inúmeras terapias de conversão as quais foi submetido, entre 2009 e 2014.

De origem libanesa, o jovem chegou a Genebra com a idade de 13 anos. Ele é o único rapaz entre cinco irmãs. As expectativas dos pais em relação ao único filho da família são elevadas. A família é muito religiosa e frequenta uma igreja evangélica livre em Genebra. “Na nossa cultura, a homossexualidade não é aceita”, explica o jovem.

Apesar desse contexto, aos 16 anos, decidiu contar aos pais sobre sua homossexualidade. “Eu disse a eles: ‘Sou gay, mas não se preocupem, eu mesmo cuido disso’”, conta. O adolescente então se comprometeu a mudar e procurou ajuda no meio evangélico de Genebra. Sessões de exorcismo, grupos de discussão, jejum, foi-lhe, enfim, oferecido um vasto leque de práticas, que prometem “curar a sua homossexualidade”.

 

“Tive um enorme sentimento de culpa, desprezo e até de ódio por mim mesmo”.

Mario

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A princípio, Mario acreditou e até concordou em testemunhar sobre seu percurso na igreja. No entanto, apesar das orações, ele se deu conta de que sua orientação sexual não mudava: “Tive um enorme sentimento de culpa, desprezo e até de ódio por mim mesmo”, descreve. Ele perdia literalmente o chão sob os seus pés, não saía de casa e desenvolvia pensamentos suicidas. “Eu me tornei um zumbi”, diz.

Mario, 29 anos de idade, que participa das reuniões temáticas da Antena LGBTI de Genebra, passou por diversas terapias de conversão entre 2009 e 2014. Thomas Kern/swissinfo.ch

Em 2014, no limite de suas forças, Mario decide finalmente deixar o meio evangélico. Começa um lento trabalho de reconstrução de sua personalidade. “Hoje, aceito minha orientação afetiva, mas perdi muito tempo. Tenho de aprender a me amar e me permitir viver minha vida amorosa”, confessa ele.

Governo recusa legislar

Muitos países começam a proibir as terapias de conversão, que têm sido largamente repudiadas pela ciência e comparadas a atos de tortura por um especialista independente da ONULink externo. O Brasil, a Argentina e Malta deram esse passo há alguns anos. Mais recentemente, a Alemanha, o Canadá e a França emitiram proibições.

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