Sapatrônica lança plataforma online para compartilhar memórias e afetos da comunidade sapatã em São Paulo

O Projeto Sapatrônica é uma iniciativa colaborativa que busca reunir memórias e afetos da comunidade sapatã na cidade de São Paulo por meio de entrevistas, vídeo-poemas e áudios, disponibilizados em uma plataforma online. Idealizado por Beatriz Cruz, performer, atriz e educadora, e Marina Bastos, diretora, editora e roteirista, o projeto foi contemplado pelo Programa de Ação Cultural (PROAC) e terá o lançamento oficial do site no sábado, 26 de agosto, às 17h, na Casa 1, com o apoio do CineSapatão.

A proposta da Sapatrônica é criar um mapa audiovisual que registre as experiências e vivências das lésbicas na cidade de São Paulo, revelando a cartografia afetiva desse grupo. O projeto se materializa em pequenos documentários poéticos e áudio-guias, apresentando histórias, memórias e sentimentos sapatões. Beatriz Cruz destaca a importância de resgatar tanto os eventos históricos relevantes quanto os momentos cotidianos que compõem a rica narrativa sapatã na cidade.

O projeto teve início em março de 2023 com o laboratório “Percorrer a Cidade”, que consistiu em caminhadas pelo centro de São Paulo. Essas caminhadas tinham como objetivo resgatar a história da ocupação lésbica na região, promover reflexões sobre a relação das lésbicas com os espaços urbanos e criar diferentes corpografias lésbicas na cidade. Marina Bastos destaca a necessidade de equilibrar a narrativa histórica LGBTQUIAP+, que muitas vezes privilegiou os relatos masculinos.

O site da Sapatrônica se configura como um espaço poético onde informações e memórias são compartilhadas por meio de vídeos e áudios criados em Laboratórios de Criação. O projeto convoca lésbicas, sapatões, mulheres bissexuais, transmasculinos e pessoas não-binárias para participar do processo, compartilhando relatos, histórias e perspectivas de futuro.

O lançamento do site será marcado por um evento na Casa 1, onde os participantes poderão acessar o conteúdo por meio de QR Codes, assistir aos curtas-metragens produzidos nos Laboratórios e residências artísticas, além de confraternizar. No dia seguinte, está prevista uma caminhada pelo centro de São Paulo, passando por locais de memória da ocupação lésbica, com compartilhamento de áudios e materiais de arquivo sobre esses espaços. As inscrições para a caminhada podem ser feitas pelo site do Sesc.