Russia: Polícia invade festas privadas em busca de “propaganda LGBT”

O motivo das batidas policiais em festas privadas na Rússia em busca de propaganda LGBT deve-se a uma lei aprovada em 2013 que proíbe a distribuição de propaganda de relações sexuais não tradicionais entre menores. Depois de o Supremo Tribunal da Rússia proibir o “movimento LGBT internacional” como extremista no ano passado, as forças de segurança e os agentes de inteligência começaram imediatamente a invadir clubes nocturnos ligados à comunidade LGBT+ e outros eventos públicos onde havia o menor indício de que tinham uma ligação LGBT+.

Agora a polícia intensificou a caça. Eles estão olhando além dos clubes públicos e estão começando a invadir festas em casas particulares. As incursões em várias regiões russas foram acompanhadas de detenções, espancamentos e humilhação de festeiros. Nos últimos 10 dias, surgiram detalhes de pelo menos três dessas “operações” de serviços de segurança.

Na região de Leningrado, que circunda São Petersburgo, policiais invadiram uma festa de aniversário em uma casa particular e espancaram os convidados, que incluíam pessoas LGBT+, forçaram-nos a ficar deitados durante horas no chão frio e recusaram-se a deixá-los usar o banheiro. O canal de propaganda Ren-TV exibiu imagens filmadas após a operação e afirmou que os festeiros tinham “pílulas estranhas”, brinquedos para adultos e cartazes anti-Estado.

O relatório alegava que a casa pertencia ao ex-chefe do Intercâmbio Alemão-Russo, uma organização considerada “indesejável” na Rússia. Em Tula, uma grande cidade a 180 quilómetros de Moscovo, agentes de segurança chegaram a um centro cultural que organizava uma noite dedicada à “abertura e sexualidade”.

Um jovem foi agarrado pelos cabelos e forçado a cantar o hino da cidade de Tula, enquanto vários outros foram espancados e outros foram presos e acusados de promover “propaganda LGBT” – um crime que acarreta uma multa de até cerca de mil dólares.

Houve um incidente semelhante em Petrozavodsk, uma cidade perto da fronteira da Rússia com a Finlândia, onde agentes de segurança invadiram uma discoteca que organizava uma festa privada LGBT+ e registaram os dados pessoais de todos os participantes.

Por que o mundo deveria se importar:

Qualquer festa ou reunião na Rússia, seja numa casa privada ou num local público, corre o risco de ser alvo de uma rusga policial se houver qualquer indício de que as autoridades possam interpretá-la como um desafio aos “valores tradicionais”. Os policiais e as forças de segurança russas ficam mais do que felizes em aproveitar qualquer oportunidade para espancar ou humilhar os participantes de eventos LGBT+.

The Bell