“Rainbow Home” – Gasto médio do público LGBTQIA+ é 14% maior, diz pesquisa

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Com alto potencial de consumo e poder aquisitivo alto, marcas investem mais em campanhas e produtos exclusivos

Uma semana com muitos eventos e datas comemorativas, especialmente para o público LGBTQIA+, 27ª parada do Orgulho LGBTQIA+ na Av. Paulista em São Paulo, dezenas de festas fechadas nos clubers da cidade, os hotéis na região já estão com a capacidade esgotada, dia dos namorados se aproximando e uma certeza: de grandes investimentos das marcas em campanhas e produtos exclusivos para atrair ainda mais o consumo deste público.

Segundo o último estudo realizado pela NielsenIQ, onde ouviu representantes de 8 mil domicílios no Brasil, em uma amostra representativa do perfil populacional brasileiro, além de 2,3 mil consumidores on-line, constatou-se que pelo menos 5,5% dos lares do país têm ao menos um integrante LGBTQIA +.

A frequência de compra do público é 3% maior e o ticket médio das compras ultrapassam 11% a mais que os demais. Em sua maioria são moradias com mais de uma pessoa e com animais de estimação, a grande maioria com gatos e cachorros e o gasto médio com alimentos para pets, são 25% superior.

A pesquisa revelou que 29,2% têm renda alta (ante 27% dos lares em geral); 13,6% têm pessoas com ensino superior ou pós (ante índice geral de 9,8%). Um dos maiores gastos são com produtos de conveniência (alimentos e bebidas prontos, itens que ofereçam praticidade) e cuidados pessoais, com ticket médio 67% maior que o índice geral.

Para Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor de novos negócios da Multimarcas Consórcios, “felizmente, o mundo tem mudado e as pessoas estão cada vez mais receptivas à verdadeira essência das outras. Então, sempre temos que discutir se o consumo dessas pessoas é maior ou se temos mais pessoas assumindo e reconhecendo, e isso faz com que tenha uma impressão que é maior”, explica. 

Também mostra as percepções sobre o tema e o comportamento das marcas, de todos os ouvintes 30% se dizem dispostos a gastar mais com marcas que apoiam a diversidade de gênero. Para 84% dos lares LGBT+ e 56% dos demais as ações das empresas refletem de forma positiva para as marcas.

Para esta edição, a expectativa é que 3 milhões de pessoas participem do evento na avenida Paulista e arredores. A primeira edição, em 1997, reuniu 2 mil pessoas.

Dia dos Namorados 

Para o dia dos namorados, o público LGBTQIA+ também tem representatividade no mercado. E estes consumidores têm um alto poder aquisitivo: pesquisa da inSearch aponta que 80% dos gays têm cartão de crédito e gastam até 30% mais em bens de consumo do que os heterossexuais. A renda elevada se explica pelas classes sociais em que estão inseridos: 36% pertencem a A e 47% a B.

Lamounier ainda ressalta que dá para curtir o dia dos namorados de forma regrada, econômica. “De toda forma, acredito que quando se trata de educação financeira, não há necessidade de separação por orientação sexual, raça ou gênero. As regras gerais, ou pelo menos a disciplina que as pessoas devem ter, são as mesmas para todos. É claro que todo mundo se prepara para o Dia dos Namorados para passar junto com seu parceiro, mas é importante não esquecer os preceitos de planejamento financeiro, evitar compras por impulso, evitar dívidas e compromissos com juros sobre juros, o que é válido em qualquer contexto”, finaliza o especialista.

Pink Money & Pinkwashing

Monetizar e lucrar apenas no mês da diversidade, para muitos é considerado o famoso Pink Money. De acordo com a associação internacional de empresas, a Out Leadership, o Pink Money, como é chamado o dinheiro investido por pessoas LGBT, movimenta cerca de R$ 420 bilhões por ano no Brasil. Além disso, são responsáveis por gerar 7% do PIB nacional. 

Quando falamos no pink money, enquanto importante causa social, é comum surgirem outros termos semelhantes, como é o caso do pinkwashing. O termo consiste na autopromoção de uma empresa por meio do movimento LGBTQIAP+, quando, simultaneamente, não é comprometida de verdade com a causa.

Sendo assim, o termo pinkwashing é adotado para definir marcas que utilizam o movimento LGBTQIAP+ apenas para gerar lucros. Nesse caso, não são realizadas campanhas efetivas que busquem promover ações para atender o público com qualidade, excelência e individualidade. Por essa razão, é possível dizer que ao contrário do pink money, o pinkwashing é pejorativo e indica o oportunismo de uma empresa. Em outras palavras, o objetivo não é disseminar medidas em prol da diversidade e combate a homofobia, mas exclusivamente obter lucros.

Fábio Bouças


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