Em um momento da sociedade brasileira no qual temos avançado tanto no debate e reflexão sobre a diversidade sexual, por que profissionais trans seguem às margens do mercado de trabalho?
Por Liliane Rocha*
A Gestão Kairós lançou dois dos mais importantes Censos de Diversidade e Inclusão no contexto do mundo empresarial da atualidade. Os estudos Representatividade, Diversidade e Percepção – Censo Multissetorial da Gestão Kairós 2022, com dados de mais de 26 mil respondentes de grandes empresas brasileiras de vários setores, e o Publicidade Inclusiva: Censo de Diversidade das Agências Brasileiras – Observatório da Diversidade na Propaganda 2023, com a demografia das principais agências de publicidade e propaganda no Brasil.
Antes de mais nada, embora tenhamos o que celebrar, afinal, sim, as empresas estão produzindo censos demográficos, e sim, estamos avançando na obtenção de dados LGBTQPIAN+, o fato é que ainda há muito a avançar na atuação consistente em relação à diversidade sexual como um todo.
A realidade é que – e tenho falado muito sobre isso -, quando estratificamos dados de diversidade sexual, notamos uma hegemonia masculina, branca e cisgênero persistente. Pessoas transgênero (travestis e transexuais), mesmo em empresas que são referência, como aponta o levantamento da Gestão Kairós, não chegam a 1% nem do quadro funcional e nem da liderança (nível gerente e acima). Nas agências de publicidade e propaganda, não há a estratificação dos dados de orientação sexual e identidade de gênero, por isso não foi possível saber especificamente qual o percentual de pessoas trans trabalhando no setor. No entanto, foi possível averiguar que no nível CEO/presidente, há ausência total de profissionais trans.
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