PARADA NAS PAREDES OCUPA O BRASIL

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Fazer drag é uma via de escapismo essencial para uma comunidade que rompe diariamente com as normas impostas pela sociedade e sofre as repercussões: dentro da família, do trabalho, de espaço público e até no uso do banheiro. Para quem continua se montando em casa, não poder levar sua drag pronta para a rua pode criar uma frustação anticlimática e abatida. Assim, a #ParadaNasParedes pretende servir como grande respiro para Drag Queens e Drag Kings se sentindo confinadas dentro de casa para se verem projetadas ao ar livre em escala monumental.

O ano de 2020 já é um marco na vida da humanidade, com uma pandemia que assola o planeta e vem desafiando tradições e normas estabelecidas de trabalho e lazer. A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo por exemplo, pela primeira vez, desde sua primeira edição em 1997, não ocorreu na Avenida Paulista mas online, transmitida ao vivo para milhares de expectadores através do YouTube.

Num país que lidera o ranking mundial de violência LGBTfóbica (na sua grande parte composta por assassinatos contra pessoas Trans)1 e em que o racismo estrutural executa um terrível genocídio contra a população preta2, é preciso lembrar e defender que vidas pretas e LGBTQIA+ importam sempre. Por isso, será realizada uma #ParadaNasParedes, relembrando a trajetória de Marsha P. Johnson, ícone ativista, mulher trans preta Drag Queen que protagonizou a revolta de Stonewall nos EUA em 1969, junto à Sylvia Rivera, ativista mulher trans latina, que inspiram muitas pessoas LGBTQIA+ ao redor do mundo.

Inspiração também não nos falta no Brasil com ícones tais como Miss Bia, que arrasava nas décadas de ditadura militar, apesar das circunstâncias autoritárias ao seu redor. Em 1996, reuniu cerca de 500 pessoas na Praça Roosevelt de São Paulo, que levou aproximadamente 2 mil pessoas à primeira edição da Parada na Avenida Paulista no ano seguinte. Lá, a drag queen Kaká di Polly se deitou no chão e parou o trânsito para a parada sair, literalmente abrindo o caminho para que pudéssemos estar aqui produzindo “paradas” de diversas maneiras em 2020. Por isso, apesar da nossa ausência das ruas neste mês, pretendemos ocupar as paredes das nossas cidades e mostrar que a cena, e memória drag estão vivíssimas – mesmo nesse começo turbulento ao século XXI.
Uma iniciativa do DragTherapy, apoiada pelo Museu da Diversidade Sexual, com produção da Drag Queen Abba Cashier, Paula Marujo e Flávio Franzosi, em parceria com o coletivo Projetemos e com a Goma Oficina, a #ParadaNasParedes promove uma chamada para artistas drags contribuírem com o envio de materiais em foto e vídeo, e/ou participarem da gravação de uma sessão de #MontaçãoEmMassa online no dia 20/06. Esse material será compilado para produzir um vídeo que será lançado no canal de YouTube do DragTherapy (https://bit.ly/DragTherapy-YouTube), no dia 28 de junho (aniversário da Revolta de Stonewall), a partir das 19h, e simultaneamente projetado nas paredes de diversas cidades do Brasil através da articulação da rede de VJs do Projetemos. Também haverão postagens através do Instagram do Museu da Diversidade Sexual (@museudadiversidadesexual), Projetemos (@projetemos), DragTherapy (@dragaholicsanonymous) e Goma Oficina (@gomaoficina). O Museu da Diversidade Sexual é apoiador do projeto e contribuiu com fotos incríveis de seu
1 Apenas em 2019, foram 124 assassinatos, segundo os dados da ANTRA, divulgados no último 29 de janeiro.

2 Vítima de 75% dos assassinatos no Brasil, de acordo com os dados do Atlas da violência, publicado em 6 de junho de 2019.
#ParadaNasParedes extenso acervo fotográfico, extremamente importante para a memória e luta LGBTQIA+ no país.
Desde o século XIX existem pessoas fazendo projeções de imagens nas paredes.
Com velas e placas de vidro desenhadas levavam entretenimento para grupos de pessoas. Eram chamados os Lanternistas Viajantes. Nasciam ali os VJs. Hoje, as Lanternas Mágicas são os projetores e as telas são as paredes de grandes prédios. A população segue com a necessidade de entretenimento e informação. A arte continua sendo essa ferramenta que une ciência e beleza para falar para milhares de pessoas. A ação das projeções através do movimento Projetemos pretende levar a parada não somente para a Avenida Paulista, mas também para a periferia, que é grande participante da Parada LGBT, e onde as informações e eventos, principalmente em tempo de pandemia, demoram a chegar.
Além disso, a ação do Projetemos é uma mobilização social e não está encerrada apenas na participação dos VJs profissionais. Qualquer pessoa pode participar. Foi criado um método ensinando as pessoas que tem projetor em casa. Quem não tiver projetor pode fortalecer o projeto com criação de conteúdo com ilustrações, fotos, vídeos e gifs.

Para dar cara ao #ParadaNasParedes, fotógrafos também foram convidados para uma curadoria de imagens de sua autoria a respeito da cena drag de São Paulo, como era antes da quarentena. Através do olhar destes artistas, visamos registar e celebrar
este tempo recente, onde podíamos estar reunidos nas ruas, nas festas, nos palcos e na luta.

Para participar e saber mais, acesse DragTherapy.org e @dragaholicsanonymous no
Instagram: Se monta, Se mostra, Se manifesta!
#ParadaNasParedes
SOBRE O #PARADANASPAREDES:
Uma iniciativa do DragTherapy, apoiada pelo Museu da Diversidade Sexual, com produção da Abba Cashier, Flávio Franzosi e Paula Marujo em parceria com o Projetemos e com a Goma Oficina.

SOBRE O DRAGTHERAPY:

DragTherapy.org é uma plataforma destinada a pesquisar, experimentar e promover o uso da arte drag para fins terapêuticos. O projeto busca desenvolver dragtividades que provocam reflexões sobre como a arte drag impacta a vida de cada um e consegue ajudar a identificar objetivos pessoais e/ou profissionais e alavancar a arte drag como a própria ferramenta para alcança-los. Destina-se tanto para pessoas que já se montaram, se montam com frequência, que pensem em se montar ou tem pura curiosidade pelo meio — sempre independente de gênero, sexualidade ou estilo drag. SOBRE O MUSEU DA DIVERSIDADE SEXUAL: O Museu da Diversidade Sexual foi criado pelo Decreto 58.075, de 25 de maio de 2012, ligado à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. O equipamento é o primeiro do gênero na América Latina criado através poder público. Tem como missão a preservação do patrimônio sócio, político e cultural da comunidade LGBTI+ brasileira por meio da pesquisa, salvaguarda e comunicação de referências materiais e imateriais, com vistas à valorização e visibilidade da diversidade sexual, contribuindo para a educação e promoção da cidadania plena e de uma cultura em direitos humanos. SOBRE O PROJETEMOS:
Um grupo de VJs do mundo inteiro está mobilizando a população em uma ação coordenada de conscientização e informação contra a Pandemia do novo coronavírus. Destacando a importância do isolamento social, higienização, cuidado com os idosos e da empatia, dezenas de Vídeo Jockeys se uniram para levar esclarecimentos em países da Europa, Ásia e América do Sul através de projeções que acontecem em janelas de prédios, fachadas e paisagens urbanas. A ação ocorre pontualmente, todas as noites, às 20h.
Se organizar direitinho todo mundo projeta!
Rede mundial de projecionistas livres.projetemos.com.br
#ParadaNasParedes

SOBRE A GOMA OFICINA:
Coletivo interdisciplinar de arquitetos, designers, fotógrafos, produtores e educadores que atua desde 2010 em São Paulo. O grupo já integrou as Bienais de Arquitetura de Veneza, São Paulo e Assunção, de design em Madrid, Caracas e São Paulo. Recebeu o prêmio APCA em pesquisa e difusão em arquitetura em 2019 e no mesmo ano lançou seu primeiro livro “Arquitecturas Contemporáneas en Paraguay“./ gomaoficina.com
PAULA MARUJO
É agente e gestora cultural, com amplo conhecimento na área da cultura e projetos culturais. Atua há 8 anos com elaboração, produção e gestão de projetos. Coordenou equipes em mais de 20 exposições nacionais e internacionais, incluindo a coordenação geral da produção da Trienal de Artes FRESTAS 2017 (SESC-SP). Foi produtora convidada no Singapore International Festival of Arts (SIFA), em Singapura, entre outras mostras e projetos na área da cultura. Faz parte do coletivo Goma Oficina.

FLAVIO FRANZOSI
Flávio Franzosi é um artista plural no seu caminho passou pela dança, moda, arquitetura, figurino, cenografia, expografia. Pratica ballet desde pequeno, 10 anos de idade. A dança despertou seu o olhar para investigar o espaço, o palco, o vestir, o ser diferente, o não encaixar, o tentar se encaixar e descobrir que não da para encaixar.
Iniciou seus estudos em Moda, em 2005, na Faculdade Santa Marcelina.
Trabalhou com figurino e foi com a cenografia que se apaixonou pela construção estética e sensorial de espaços. Formado em Design de Interiores pelo Senac em 2014, trabalhou com design interiores e começou a desenvolver projetos para exposições em 2015. Hoje desenvolve projetos diversos com foco em processos artísticos em parcerias de artistas e curadores.

SOBRE OS FOTÓGRAFOS CONVIDADOS NO INSTAGRAM:
Consuelo (@oapetitedeconsuelo/@leandrosilvaartista)
Felipe Veiga (@felipeveigafotografia)
Filipe Redondo (@filiperama)
Mariana Wang(@marinawangfotografia)
Philip Falzer (@philipfalzer)
#ParadaNasParedes

INFORMAÇÕES
Evento: #ParadaNasParedes
Realização: Uma iniciativa DragTherapy em parceria com
Projetemos e Goma Oficina
Produção: Abba Cashier, Flavio Franzosi, Paula Marujo
Local: Projeções em prédios e paredes ao redor do Brasil inteiro e lançamento de vídeo através do Canal DragTherapy no YouTube (https://bit.ly/DragTherapy-YouTube) e através das redes de Instagram:

– DragTherapy: @dragaholicsanonymous
– Museu da Diversidade Sexual: @museudadiversidadesexual


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