Por Felipe Reis
A princípio, as coisas não seguem tão tranquilas nos bastidores do Programa Pânico. Conhecido por seu humor ácido na televisão, desta vez foi a versão do rádio que pode ter passado do limite.
Acontece que o Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o Programa Pânico por um ato de discriminação. Tudo se iniciou após o programa comandado por Emílio Surita e transmitido na Jovem Pan, exibir trecho de um vídeo da ativista LGBTQIA+, Rosa Laura.
No vídeo, Rosa Laura questiona elementos da gramática. Então, destaca que “a língua e a linguagem são demarcadores de gênero e o jeito que a gente vem usando o português, hoje em dia, é extremamente sexista”. Depois disso, a ativista faz orientações sobre o uso de pronomes neutros, que não demarcam gênero, e visibilizam pessoas não-binárias.
Programa Pânico saiu da TV mas segue diariamente no rádio e internet (Foto: Reprodução
Jovem Pan deve pagar 40 mil pelo que foi dito no Programa Pânico
O programa Pânico utilizou trecho do vídeo e exibiu no dia 9 de setembro de 2020 em tom de chacota. Por conta disso, foi estabelecido que a emissora arque com a indenização de 40 mil reais.
De acordo com decisão do juiz André Augusto Salvador Bezerra, obtida pelo UOL, o “Programa Pânico ignorou a luta diária da comunidade não-binária” e usou a imagem do ativista de forma jocosa.
Após o acontecido no Programa Pânico, outro programa da emissora, o Morning Show, também utilizou vídeo de Rosa Laura para o mesmo fim.
Por fim, a decisão do juiz é de que “Não houve uma crítica regular. Houve uma exposição da pessoa do autor ao ridículo, imputando-lhe características que, historicamente, imputam-se a pessoas discriminadas: características relacionadas à objetificação (como se fosse uma coisa) e a uma suposta incapacidade mental deste”.
Rosa Laura publicou um vídeo sobre gramática neutra (Foto: Reprodução)
O Canal