Nas Mohamed tornou-se no primeiro homem gay do Qatar a sair do armário

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Nas Mohamed, um médico de 35 anos que mora atualmente em São Francisco na Califórnia, deixou para trás uma vida onde escondeu quem era com medo de ser perseguido e tornou-se agora no primeiro homem gay do Qatar a sair do armário.

No momento em que Nas Mohamed percebeu que era gay entrou em pânico:
Entrei num clube gay e soube aí que era 100% gay”, disse sobre uma viagem aos Estados Unidos da América enquanto estudante de medicina. “Fui para casa e chorei, pensei que minha vida estava em crise. Pensei que ia para o inferno e a minha vida condenada.”

A homossexualidade é ilegal no Qatar e as punições variam entre multas, pena de prisão e, em regiões onde o tribunal da Sharia domina, homens muçulmanos gays podem tecnicamente receber a pena de morte.

Nas Mohamed não está, no entanto, sozinho, há “muitos gays no Qatar” que crescem num país onde a “cultura masculina, machista e misógina” é celebrada.

Temeu que fosse morto se alguém descobrisse que era gay no Qatar. Ele não podia confiar a ninguém a sua sexualidade, dado que a sua família era “extremamente religiosa“. Sem acesso à internet, sentiu-se isolado e sozinho. Temeu também dos centros de “terapia de conversão” que operam no Qatar.

Ele sabe que compartilhar a sua verdade com o mundo é a melhor coisa que pode fazer. “Para mudarmos as coisas para a população LGBTQ+, precisamos que mais pessoas saiam do armário“, disse.

Eu gostaria de compartilhar os meus pontos de vista com o meu nome, como médico e como cidadão do Qatar que ainda tem família no país. Precisam saber que eu faço parte e não sou uma “agenda ocidental”, como se referem às pessoas LGBTI.

Mohamed partiu para os EUA em 2011 para estudar, mas ficou lá desde então. Só retornou ao Qatar uma vez desde então, em 2014.

Qatar sob escrutínio com o Mundial de Futebol

O tratamento de fãs da comunidade LGBTI no Mundial de Futebol do Qatar que acontecerá em novembro deste ano é alvo de preocupação. São várias as entidades ligadas ao futebol e ao movimento LGBTI que nos últimos meses têm levantado questões sobre o assunto. A rede FARE, que monitora eventuais casos de discriminação nos jogos, pediu que haja respeito com fãs durante a disputa do Mundial.

Responsável por garantir a segurança do próximo Mundial de Futebol no Qatar admitiu em abril que pode vir a optar por proibir a exibição de bandeiras LGBTI nos estádios de futebol. Explicou que a medida tem como objetivo “proteger” as pessoas adeptas que utilizem bandeiras ou outro tipo de símbolos, uma vez que o Qatar é um país conservador.

A ideia de que a bandeira [do Orgulho LGBTI], que é reconhecida universalmente como símbolo da diversidade e igualdade, será retirada das pessoas para protegê-las não será considerada aceitável. E será encarada apenas como um pretexto (para o preconceito)”, afirmou Piara Powar, diretor executivo da FARE.

O jogador de futebol australiano que se assumiu gay Josh Cavallo disse que ficaria “assustado” de viajar para o Qatar.

Ninguém pode fazer a diferença, exceto a própria população qatari”, rematou Nas Mohamed.

Esqrever


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