Guardas não permitem que mulheres cruzem o país e as acusam de “serem homens”
Mulheres transexuais ucranianas estão sofrendo preconceito e sendo impedidas de cruzar a fronteira do país com a Polônia. Oficias do país não reconhecem a identidade de gênero dessas pessoas. A denúncia foi feita pelo jornal britânico “The Guardian”.
Ativistas de direitos humanos relataram que a principal dificuldade das mulheres trans é em relação a lei instaurada pelo governo ucraniano. Homens de 18 a 60 anos estão proibidos de deixar o país. Porém, mesmo com certidões que comprovam a mudança de gênero, são proibidas de cruzar a fronteira.
Na reportagem, Judis, mulher transgênero ucraniana, relatou que tentou sair do país no dia 12 de março, mas foi impedida por soldados. “Você é um homem, caia fora daqui”, disse um dos guardas.
Outra personagem ouvida pelo veículo britânico também relatou momentos de tensão ao tentar cruzar a fronteira. Alice, 24, mora com sua companheira, Helen, em Brovary, cidade próxima a Kiev.
“Eles levaram eu e minha mulher para um quarto e mandaram a gente tirar a jaqueta. Checaram nossos corpos e, depois de passarem a mão pelo meu peito, disseram que eu era um homem. Tentamos explicar a nossa situação, mas eles não ligaram”, relatou.
Segundo a Rainbow Europe, uma associação internacional para pessoas LGBTQIA+, a Ucrânia ocupa a 39ª colocação no ranking dos países europeus com mais direitos para essa comunidade. Casamento entre pessoas do mesmo sexo não é permitido no país e não existe uma legislação séria para proteger essas pessoas.