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Caio Zaio, cofundador da Escola Korú e ex-head de Diversidade e Inclusão da Ambev Latam, dá conselhos para empresas que querem desenvolver uma cultura de consciência social e respeito
Estamos no Mês do Orgulho LGBTQIA+, sigla para pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, queer, intersexo, assexuais e com outras identidades de gênero e sexualidades, representadas pelo símbolo de adição. Todas pessoas comuns na humanidade, mas que socialmente enfrentam o preconceito, a discriminação e a intolerância. Essa exclusão se reflete no mercado de trabalho. Uma pesquisa da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) mostra que 90% das travestis e demais pessoas trans têm a prostituição como fonte de renda e subsistência. Essa é uma das justificativas do Projeto de Lei 960/23, em tramitação, que visa reservar vagas de emprego para esse grupo.
Para Caio Zaio, cofundador da Escola Korú (escolakoru.com.br) e ex-gerente de Diversidade e Inclusão da Ambev Latam, o letramento sobre à comunidade LGBTQIA+ é primordial para que as organizações sejam mais inclusivas, uma vez que a exclusão social se dá, muitas vezes, por falta de conhecimento. “A diversidade é um tema relativamente novo, as pessoas não cresceram aprendendo sobre ela. Precisamos letrar todos os nossos colaboradores desde a liderança. Tocar em assuntos sensíveis, explicar o que é machismo, homofobia, transfobia, racismo, todas as formas de preconceito e trabalhar até os vieses inconscientes”, explica.
A Korú, onde Caio ocupa o cargo de Diretor de diversidade e inclusão, se tornou um ecossistema de empregabilidade em tecnologia e outras carreiras de alta demanda no Brasil, e tem foco em diversidade e inclusão. Os fundadores da Korú acreditam que o futuro de uma sociedade sustentável está na integração de grupos minorizados nas escolas e nas empresas. A escola oferece oportunidades de estudo e conexão com empresas parceiras, tendo distribuído mais de R$ 1 milhão em bolsas de estudo desde então. Além do letramento, o diretor dá uma série de conselhos para empresas que querem desenvolver uma cultura mais inclusiva.
Começar pela liderança
A cultura organizacional deve ser trabalhada ‘de cima para baixo’, ou seja, deve começar pela liderança e depois ser irradiada para o restante da equipe por estímulo e exemplo dos próprios líderes. “O grupo que forma a liderança deve ser realmente engajado e comprometido para garantir uma cultura inclusiva. É preciso definir metas precisas, ‘palpáveis’ e responsabilizar os líderes pelo alcance dessas metas. Essas metas podem incluir, por exemplo, número mínimo de colaboradores de grupos minorizados, programas de aceleração de carreira para grupos específicos e benefícios como licença parental igualitária ou suporte para criação de nome social”, ressalta Caio Zaio.
Criar um Comitê de Diversidade
O diretor também destaca que “Criar um Comitê de Diversidade é importante para nortear a estratégia de Diversidade e Inclusão, e também ter pessoas responsáveis por acompanhar o progresso da iniciativa, analisando regularmente as ações da empresa para perceber o que está evoluindo o que precisa de mais atenção.”
Fazer parcerias externas
Outra dica é buscar parcerias: “Começar sozinho às vezes é difícil. Existem diversas ONGs, iniciativas e empresas como a Korú que podem ajudar empresas a atrair diversidade para seus processos seletivos, funcionando como uma ponte para novos candidatos ou avaliando o processo tradicional da empresa para eliminar vieses, por exemplo”.
Criar grupos de afinidade
“Dar espaço para a criação de grupos de afinidade LGBTQIA+ e outras minorias pode aumentar a confiança das pessoas colaboradoras e o sentimento de pertencimento ao ambiente de trabalho. É uma forma das pessoas se identificarem, compartilharem vivências e ideias e trabalharem as pautas do grupo dentro da empresa”, finaliza o especialista.
Sobre Caio Zaio — Cofundador e Diretor de Atração da Escola Korú. Foi gerente de Diversidade & Inclusão da Ambev Latam, consultor de D&I na Weme, fundador do Drakon (fundo de doação da Universidade Federal de São Carlos) e mentor no Startup Weekend. Ele também atuou nas áreas de jornada do cliente, marketing, projetos e RH em empresas como o Itaú, Avon, Tapps Games e Disney. Caio ainda foi reconhecido como “Valuable Young Leader” (“Jovem Líder de Valor”, em tradução livre) pelo Instituto Anga e o Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Sobre a Korú — Fundada em 2022 como uma startup aceleradora de oportunidades (accesstech), em um ano, se tornou um ecossistema de empregabilidade em tecnologia e outras carreiras de alta demanda no Brasil, integrante do Movimento Tech, iniciativa do iFood e da XP Inc., e do Startup Weekend Campinas, iniciativa global com sede em Seattle (EUA). A Korú acredita que o futuro de uma sociedade sustentável está na integração de grupos minorizados nas escolas e nas empresas. Sua escola de cursos profissionalizantes na área de tecnologia, vendas e marketing, indústria e liderança tem um programa de bolsas de estudo em parceria com grandes empresas, a exemplo de Ambev, Sinch, Votorantim, Alpargatas, iFood e Luxxotica – que também investem em educação corporativa por meio da Korú. Saiba mais em escolakoru.com.br.