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BEIRUTE, 10 AGO (ANSA) – O ministro da Cultura do Líbano, Mohammad Mourtada, anunciou nesta quarta-feira (9) que o país vai vetar a estreia do filme “Barbie” alegando que o mesmo “promove a homossexualidade”. Apesar de ter se tornado um fenômeno de bilheteria, ultrapassando a marca de US$ 1 bilhão (R$ 4,9 bilhões) em arrecadação global, o filme agora enfrenta a crescente postura anti-LGBTQ+ do país, que é considerado um dos mais liberais do Oriente Médio.
A obra dirigida pela cineasta americana Greta Gerwig e baseada na icônica boneca da Mattel estava programada para ser exibida nos cinemas libaneses a partir de 31 de agosto, mas foi vetada devido às alegações de que “vai de encontro aos valores morais e religiosos do país”, conforme declarado pelo ministro.
O filme “Barbie” foi acusado de promover a homossexualidade, explorar questões de identidade de gênero, questionar a paternidade, desvalorizar o papel materno e levantar dúvidas sobre a importância do casamento e da família. Essas alegações refletem a campanha anti-LGBT+ liderada pelo braço iraniano do grupo paramilitar xiita Hezbollah. O líder do grupo, Hassan Nasrallah, chegou a afirmar que, de acordo com a lei islâmica, “todo homossexual deveria ser morto” e incentivou o boicote de produtos relacionados à temática LGBTQ+.
Essa proibição reforça as preocupações sobre a crescente intolerância e repressão contra a comunidade LGBT+ na região, mesmo em um país que historicamente era visto como mais tolerante em relação a questões sociais.