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Será lançado nesta quinta-feira (25) o livro “Rios não recomendados: atendimento socioeducativo de meninas trans e travestis em cumprimento de medidas privativas de liberdade no Maranhão”, escrito por Livia Almeida Dutra. A obra analisa o atendimento realizado no Centro Socioeducativo Florescer, da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac), em São Luís. A cerimônia de lançamento acontecerá às 18h30 no Solar Cultural da Terra Maria Firmina dos Reis, localizado na Rua Rio Branco, número 420, no Centro da cidade.
O livro, que surgiu a partir da dissertação de mestrado da autora, aborda a intersecção entre gênero, sexualidade, os marcos normativos relacionados à população LGBTI+ e o sistema de proteção social para adolescentes no Brasil, focando nas adolescências trans e travestis em medida privativa de liberdade no Maranhão. O título da obra faz referência à fala de Letícia Nascimento, uma mulher trans, sobre “ser o próprio rio”, e também à música “Não recomendado”, de Caio Prado.
O livro adotou pseudônimos para proteger a identidade dos colaboradores da pesquisa, nomeando as adolescências trans e travestis com nomes de rios, como Araguaia, Preguiças, Amazonas, Mearim e São Francisco, e os servidores da equipe do Florescer com nomes de estados que esses rios atravessam, como Maranhão, Bahia, Roraima, Pará, Acre, Alagoas, Tocantins e Pernambuco.
Livia Dutra, autora do livro, explica que a ideia de usar os nomes dos estados é fazer uma analogia com a passagem das/os socioeducandas/os pelo Centro, comparando a contribuição dos estados para o fluxo dos rios com a contribuição das vivências no Centro para a vida dessas pessoas.
Nesta quinta-feira (25), será lançado o livro “Rios não recomendados: atendimento socioeducativo de meninas trans e travestis em cumprimento de medidas privativas de liberdade no Maranhão”, escrito por Livia Almeida Dutra. A obra é resultado de sua dissertação de mestrado no Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e analisa o atendimento realizado no Centro Socioeducativo Florescer, da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac), considerando a inserção dessas socioeducandas em uma sociedade cisheteronormativa e heterossexual.
Livia destaca a exclusão e marginalização enfrentadas por esse público, que não apenas desafia as normas cisgêneras e heteronormativas, mas também está cumprindo medidas socioeducativas. O lançamento do livro em janeiro, durante o Mês da Visibilidade Trans e próximo ao Dia Nacional da Visibilidade Trans (29 de janeiro), destaca a importância de defender os direitos da população trans e travesti.
No Maranhão, será realizada a Semana Estadual de Visibilidade Trans, organizada pela Associação Maranhense de Travestis e Transsexuais (AMATRA), que chegará à sua 10ª edição em 2024. Com o tema “Empregabilidade e Reconhecimento Trans e Travesti”, a semana terá atividades voltadas para o debate sobre as pautas e políticas públicas para a população trans, travesti e não binária no estado.
No contexto dessa realidade, é importante ressaltar que o Maranhão ocupou a 6ª posição no ranking de violência letal LGBTI+ entre os estados brasileiros, conforme aponta o Dossiê Nacional da Violência Letal LGBTI+ no Brasil, lançado em 2023. A violência contra pessoas LGBTI+ é um grave problema, com registros de homicídios e suicídios, sendo que travestis e mulheres transexuais são as maiores vítimas.
Esse lançamento do livro e as ações da Semana da Visibilidade Trans visam promover visibilidade, conscientização e luta pelos direitos da população trans e travesti, buscando transformar essa realidade de exclusão e violência.
Com Informações G1.Globo