Igreja da Inglaterra fará cultos experimentais para abençoar casamentos entre pessoas do mesmo sexo

A Igreja da Inglaterra anunciou sua decisão de realizar cultos experimentais para “abençoar” casamentos entre pessoas do mesmo sexo. O Sínodo Geral, órgão governante da igreja, votou a favor da introdução de “bênçãos especiais” para casais homossexuais.

Após nove horas de debate sobre as responsabilidades pastorais da igreja em relação à comunidade LGBTQ+, a votação foi favorável à implementação desses testes. No entanto, a aprovação no órgão governante foi alcançada por apenas um voto de diferença, evidenciando profundas divisões sobre o assunto. O arcebispo de Canterbury, Justin Welby, revelou que se absteve da votação, enfatizando sua responsabilidade pastoral para com todos os membros da Igreja da Inglaterra e da Comunhão Anglicana global.

“Eu me abstive porque minha responsabilidade pastoral se estende a todos na Igreja da Inglaterra e na Comunhão Anglicana global”, declarou ele em um comunicado divulgado na quinta-feira (16).

Conselho de ética da Comunhão Anglicana mantém proibição ao casamento gay

O Conselho de Ética (CoE) da Comunhão Anglicana, composta por 85 milhões de fiéis em 165 países, decidiu não autorizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mantendo sua doutrina de que o matrimônio é exclusivamente a união entre um homem e uma mulher.

No entanto, a Igreja da Inglaterra afirmou estar em busca de métodos que promovam a inclusão e acolhimento da comunidade LGBTQ+. De acordo com a Reuters, os bispos anglicanos ainda precisam dar a autorização final para as orações realizadas nesses cultos especiais, que são propostas e não uma política eclesial definitiva e estabelecida.

A emenda que aprovou as orações para casais gays recebeu respaldo da liderança da Igreja da Inglaterra, mas a decisão foi tomada por uma maioria de apenas um voto. O arcebispo de York, Stephen Cottrell, alertou que essa questão tem dividido a igreja “ao ponto de ruptura”, porém enfatizou que não deve haver espaço para homofobia dentro da igreja.

Aqueles que se opõem à emenda expressam preocupações de que, uma vez que os cultos religiosos experimentais avancem, não haverá retorno. Eles também defendem a realização de mais pesquisas sobre relacionamento homossexual, afirmando que a questão do casamento vai além de aspectos práticos e envolve um significado mais profundo, considerando o corpo como um templo do Espírito Santo. Esses oponentes destacam a necessidade de uma definição mais clara para o uso dessas orações.

Com Informações GuiaMe