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O governo federal desmentiu uma fake news sobre uma suposta obrigação da adoção de banheiros unissex nas escolas. A notícia falsa começou a circular após a publicação, na sexta-feira, 22, de uma resolução tratando de parâmetros para o acesso e permanência de pessoas travestis, mulheres e homens transexuais, além de pessoas transmasculinas e não binárias, nos sistemas e instituições de ensino.
O texto, de autoria do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, diz que as instituições de ensino – em qualquer nível – devem garantir, entre outros pontos, o uso do nome social nos formulários de matrícula, registro de frequência, avaliação e similares nos sistemas de informação utilizados pelas escolas. Além disso, a resolução estabelece que deve ser garantido o uso de banheiros, vestiários e demais espaços segregados por gênero, quando houver, de acordo com a identidade e/ou expressão de gênero de cada estudante.
Um ponto que causou a polêmica é quando a resolução diz que, e, sempre que possível, deverá ser feita instalação de banheiros de uso individual, independente de gênero, “para além dos já existentes masculinos e femininos nos espaços públicos.” Entretanto, estes espaços não podem ser considerados banheiros unissex, visto que não serão coletivos, ou seja, apenas uma pessoa utilizará de cada vez.
Após a publicação, os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Filipe Barros (PL-PR) começaram a difundir informações falsas a respeito. Em vídeo publicado em uma rede social, Ferreira diz que o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) havia instituído banheiros unissex em todas as escolas do país. Já Barros afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia instituído o banheiro unissex no Brasil.”
“Diferentemente do que está sendo propagado por fontes desinformativas, o documento não possui caráter legal ou de obrigatoriedade e não menciona banheiros unissex. Também não existe nenhum decreto ou ordem de uma autoridade superior que imponha o cumprimento desta resolução sobre o tema. A resolução apenas oferece diretrizes para o reconhecimento institucional da identidade de gênero e sua aplicação”, afirmou o ministério.
A Advocacia-Geral da União (AGU) foi acionada pelo ministro de Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, para conduzir uma investigação sobre o assunto. “Aqueles que utilizam a mentira como meio de fazer política, fomentando o ódio contra minorias e agindo de forma não republicana, devem ser responsabilizados pela lei. É assim que será”, declarou o ministro em uma rede social.
Com Informações GAZ