Filme gay ‘Mais que amigos’ tenta sair do armário e atrair heterossexuais

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Com forte campanha de marketing, comédia romântica se propõe a extrapolar o nicho LGBTQIA+. Bilheteria da estreia nos EUA foi considerada ‘fracasso’

Comédias românticas são formativas para muita gente. Declarações, festas de casamento e palavras apaixonadas dos filmes com frequência inspiram casais na vida real. Para quem é LGBTQIA+, no entanto, o acervo de referências é bastante escasso.

É por isso que “Mais que amigos, friends”, em cartaz nos cinemas de BH, vem sendo tratado com alarde não só por seu estúdio, mas também pelo público e a mídia. Ganhou até exibição especial no Festival de Toronto, no Canadá, sob o título de primeira grande comédia romântica sobre dois homens.
“O rótulo é importante, nós não devemos ficar tímidos em relação a ele. Tivemos muitos filmes do gênero sobre heterossexuais que nos fizeram rir e chorar, é verdade, mas nunca algo assim”, diz Billy Eichner, protagonista, roteirista e produtor do longa.

“Uma coisa que tenho em comum com o meu personagem é o fato de ser escancaradamente gay. Estive fora do armário desde muito cedo na minha carreira, mas levou muito tempo para Hollywood celebrar isso, para achar legal. Agora é a minha oportunidade de mostrar não só quão divertidos, mas também complicados e multidimensionais personagens LGBTQIA podem ser”, completa.

Não é exatamente verdade, no entanto, que “Mais que amigos” seja a primeira comédia romântica homossexual de um grande estúdio. Neste ano, a Searchlight Pictures lançou “Fire island: Orgulho e sedução” e, ano retrasado, a TriStar Pictures, da Sony, bancou “Alguém avisa?”, filme de Natal lésbico estrelado por Kristen Stewart.

O marketing em torno da ideia de ser o primeiro pegou mal nas redes sociais, às quais Eichner já recorreu para se explicar. “Mais que amigos” não é uma tragédia ou uma produção independente, onde está a vanguarda da diversidade sexual e de gênero – ele diz agora. Sua escala e a atenção que a Universal tem dado ao filme são o que sustentam o ineditismo.

“Fire island” e “Alguém avisa?”, é verdade, não receberam o mesmo prestígio em seus lançamentos e foram direto para o streaming. “Mais que amigos”, portanto, tem a missão de provar o apelo de seu romance gay nas difíceis bilheterias pós-COVID.

Billy Eichner dá vida a Bobby Lieber, apresentador de podcast que se acha imune à paixão. Ele se divide entre gravar o programa, escrever livros infantis queer e buscar homens com quem transar no Grindr, aplicativo de pegação que testa sua paciência com pedidos constantes por fotos íntimas. Ele eventualmente cede, mas corta o bumbum com a lâmina de barbear enquanto a prepara para o ensaio fotográfico.

A vida começa a ganhar propósito maior quando ele é convidado para coordenar o que seria o primeiro museu de história LGBTQIA dos Estados Unidos, em Nova York. Bobby encontra Aaron, rapaz igualmente avesso a compromissos, com quem sente conexão instantânea.

O papel é de Luke Macfarlane, fortão que, ao contrário de Eichner, teve mais dificuldade para se conciliar com a homossexualidade, tendo que ouvir de agentes e colegas de profissão que jamais estrelaria um filme de ação se saísse do armário. Ele não se importou, mas ainda espera pelo papel.

Elenco

Se não tivesse se assumido, Macfarlane teria passado longe de “Mais que amigos”. O longa decidiu escalar só atores LGBTQIA – e não apenas para os papéis queer. Aqui, eles dão vida também a personagens heterossexuais, numa espécie de subversão pela qual Eichner fez questão de brigar.

Foi uma decisão carregada de mensagem em meio a discussões infindáveis que surgem aos montes na internet sempre que algum hétero é escolhido para um papel gay, como foi com Michael Cimino na série “Com amor, Victor”, ou com Harry Styles, que não quer se rotular, no filme “My policeman”.
Nicholas Stoller, diretor de “Mais que amigos”, curiosamente, foi um dos poucos heterossexuais no set de filmagem. Mas Eichner o queria pela experiência em comédias como “Ressaca de amor” e “Cinco anos de noivado”. O cineasta conta que tomou para si a missão de desenvolver o filme de forma colaborativa, ouvindo histórias pessoais e opiniões daqueles ao redor.

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