Europride: Organizadores desafiam governo na Sérvia e mantêm Parada Gay europeia

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O presidente da Sérvia anunciou neste sábado (27) o cancelamento do evento anual LGBTQIA+ Europride em Belgrado, culpando a decisão pela “crise difícil” em Kosovo, mas os organizadores disseram que o evento prosseguirá como planejado.

O Europride deveria acontecer entre 12 e 18 de setembro na capital sérvia, com uma semana de eventos, festividades e uma Parada Gay programada para o penúltimo dia.

Este grande evento pan-europeu tem sido organizado todos os anos desde 1992 em uma cidade diferente do continente, desde sua primeira edição em Londres.

“Há simplesmente momentos em que você não consegue administrar tudo isso. Em outro momento, em momentos mais propícios, [o evento] acontecerá”, disse o Presidente Aleksandar Vucic em entrevista coletiva, observando que o país está passando por “todos os tipos de problemas”.

Vucic disse que a decisão foi tomada “de acordo com a maioria dos membros do governo e o primeiro ministro” e acrescentou que a marcha “será adiada ou cancelada”.

Entre os problemas, Vucic aludiu às novas tensões em Kosovo, a província albanesa de maioria ex-sérvia que proclamou a independência em 2008 e nunca foi reconhecida por Belgrado, mas também citou as crises de preços de alimentos e energia que afetam o continente.

O presidente sérvio anunciou a decisão poucos minutos depois de encarregar a primeira-ministra sérvia, Ana Brnabic, lésbica assumida, a formar um governo cinco meses após as eleições, que ocorreram em abril.

“O Europride acontecerá”

Apesar do anúncio, os organizadores do evento garantiram que o festival ocorrerá como planejado, enfatizando que a proibição de tais marchas pela comunidade LGTBQIA+ já foi considerada inconstitucional pelo judiciário sérvio.

“O Estado não pode cancelar o Europride. Ele só pode tentar proibir o evento, o que seria uma clara violação da Constituição”, disse Marko Mihajlovic, coordenador do Europride 2022, no Twitter.

“O Europride será realizado como planejado em 17 de setembro”, reiterou ele.

Embora a Sérvia seja um dos poucos países a ter uma primeira-ministra da comunidade LGTBQIA+, os homossesuxais e trans no país ainda vivem com medo.

As duas primeiras Paradas Gays em Belgrado, organizadas em 2001 e 2010, foram marcadas por violentos confrontos entre os manifestantes anti-LGTBQIA+ e as autoridades policiais.

No ano passado, o Parlamento deveria adotar um projeto de lei reconhecendo as uniões civis do mesmo sexo, mas Aleksandar Vucic decidiu não assinar a lei porque acreditava que ela contradizia a Constituição sérvia.

(Com AFP)

RFI


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