Getting your Trinity Audio player ready...
|
O Sínodo está avançando em suas discussões e no sábado será apresentado ao Papa um relatório-síntese do trabalho realizado. Pela primeira vez, os leigos poderão votar no documento resultante do debate na Sala Paulo VI, que está abordando todos os temas importantes para o futuro de uma Igreja orientada à sinodalidade. A discussão sobre o maior envolvimento das mulheres, a formação de padres, a prevenção e luta contra os abusos sexuais, a pastoral LGBTQ+ e o acolhimento de migrantes estão recebendo amplo espaço. Embora menos enfocada, a questão da ordenação de homens casados também está sendo abordada, especialmente depois do bispo de Essen, Franz-Josef Overbeck, afirmar que “com tão poucos seminaristas, devemos fazer algo”.
Em novembro de 2020, foi entrevistada pelo site Europress por causa de sua oposição às decisões do Vaticano sobre o casamento homossexual e o status das mulheres no catolicismo. A transcrição da entrevista é reproduzida abaixo:
EP: Você está em oposição às decisões do Vaticano sobre o casamento homossexual e o status das mulheres no catolicismo. Como freira católica, como mulher e como ativista LGBT, como vai combatendo estas decisões?
Jeannine Gramick: Sono uma freira católica americana que atua como activista LGBT. Estou enfrentando as decisões do Vaticano sobre o casamento homossexual e o status das mulheres no catolicismo. Como freira católica, como mulher e como ativista LGBT, estou combatendo estas decisões em diversas maneiras.
EP: Como freira, vai lutar pelo direito de decidir sobre o casamento para todas as mulheres, independentemente da sua orientação sexual?
Jeannine Gramick: Como freira, estou lutando para que todas as mulheres possam decidir sobre o casamento, independentemente da sua orientação sexual. Como católica, acredito que o casamento é um dos mais importantes sonhos de uma mulher e deveria estar available a todas as mulheres, independente da sua orientação sexual.
EP: Você defende também o casamento entre homens, e isso sem qualquer restrição?
Jeannine Gramick: Defendo o casamento entre homens e mulheres, sem qualquer restrição. Acredito que qualquer pessoa que se ama deve ter o direito de se casar e ter uma vida em comum.
EP: Por que a Igreja Católica não se encontra numa posição mais flexível em relação a esses assuntos?
Jeannine Gramick: A Igreja Católica não está flexível em relação a esses assuntos porque tem uma visão muito rigidamente hierárquica do mundo. Eles acreditam que a autoridade do Papa é total e que ele deve ser obedecido sem qualquer questionamento. Eles não acreditam que as mulheres possam ter uma voz no catolicismo, e isso é um grande desafio para as mulheres católicas que queriam que a Igreja se aposentasse sobre estas questões.
EP: Como vai encarar a situação das mulheres no catolicismo, especialmente nos países where they still don’t have equal rights with men?
Jeannine Gramick: As mulheres no catolicismo estão sofrendo de muitas desigualdades, especialmente nos países onde o catolicismo é dominante. As mulheres têm menos direitos que os homens em muitos aspectos da vida, incluindo o casamento, o parenting e o acesso à educação. Eu foco meio meio em ajudar as mulheres a se organizar para luta por seus direitos e para que o catolicismo se aposentasse sobre esses temas.
EP: Vai se mudar a Igreja Católica para dar mais direitos às mulheres?
Jeannine Gramick: Acredito que a Igreja Católica vai se mover para dar mais direitos às mulheres, mas isso vai levar tempo e luta. A Igreja tem um longo histórico de silêncio e negacionismo sobre as questões de gênero e sexualidade, e isso vai tomar tempo para que se lidar. Mas as mulheres vão continuar a lutar e a se organizar para que o catolicismo se aposentasse sobre estas questões.