por: Vitor Paiva
Para combater a escassez de sangue nos bancos para doações, a Irlanda do Norte anunciou uma mudança importante na legislação que determina a doação por parte de homens gays e bissexuais no país: se antes a doação só era permitida a homens que não tinham relações sexuais com outro homem por 12 meses, por conta de uma suposta maior vulnerabilidade ao HIV, a nova legislação diminuirá essa “janela” para uma restrição de 3 meses – período em que um teste sorológico pode não detectar a presença de um vírus como o HIV mesmo em um sangue recém infectado.
A mudança é ainda um passo discreto porém importante não só para combater a escassez de sangue para doações, como também para pela igualdade LGBT no país e no mundo. A novidade foi anunciada por Robin Swann, ministro da saúde da Irlanda do Norte, baseando-se na orientação de diversos conselhos de saúde, e entrará em vigor no mês de julho. Trata-se de mudança que alinha o país com o Reino Unido, onde a proibição imposta aos homossexuais foi derrubada em 2011.
No Brasil a restrição é também de 12 meses da última relação sexual, mas uma votação em andamento irá provavelmente alterar a legislação até a próxima sexta-feira – os ministros do STF estão em votação, e uma maioria pela mudança já foi estabelecida. Trata-se de legislação evidentemente discriminatória, já que existem testes capaz de determinar a presença do vírus com maior eficácia e velocidade, toda a população, independentemente de suas práticas sexuais, é vulnerável à contaminação. ″É um passo realmente importante para a Irlanda do Norte estar alinhada com as outras regiões do Reino Unido”, afirmou Gavin Boyd, gerente de políticas e advocacia da organização de saúde e bem-estar LGBT + da Irlanda do Norte.