Como uma cineasta latina bissexual criou uma comunidade que ela e outros cineastas queer precisavam

Ter sua identidade vista na televisão é ter suas experiências diárias validadas bem diante de você. A cineasta Kim Hoyos sabe disso e se esforça para manifestar isso na realidade todos os dias. Como uma cineasta latina bissexual, cujos pais são da Colômbia, Hoyos está construindo uma comunidade de criadores de conteúdo semelhantes por meio do Light Leaks. A organização se dedica a capacitar cineastas mulheres e não bináries, ao mesmo tempo em que cultiva a interseccionalidade no cinema e na TV. O Light Leaks fornece a esses criadores de conteúdo uma infinidade de recursos e um espaço seguro na indústria do entretenimento para que eles construam e contem suas histórias únicas, sendo um desses espaços o Facebook. Além de liderar o Light Leaks, Hoyos se concentra em seu próprio trabalho independente no cinema e na TV, explorando personagens femininas e suas histórias de amadurecimento por meio de uma lente de comédia, e é uma estrategista digital premiada com o Shorty Award no Los Angeles LGBT Center.

O INTO conversou com Hoyos sobre como ela usa o Facebook para construir comunidade, qual cineasta queer ela acredita que merece todos os elogios e como ela gostaria de fazer uma cinebiografia de Aubrey Plaza. O espírito caloroso e acolhedor de Cy brilha em sua presença nas redes sociais, e a maneira encantadora como ela captura sua vida diária é um deleite queer.

Como “The Light Leaks” surgiu e como você usou as ferramentas de construção de comunidade do Facebook para elevar a comunidade LGBTQ+?

Criei o Light Leaks no final de 2016, quando estava no penúltimo ano da faculdade, porque, como jovem cineasta latina queer, percebi a necessidade de uma comunidade online acessível para cineastas em ascensão que fossem mulheres ou não bináries. Quando cheguei à faculdade, já tinha enfrentado momentos sexistas que me marcaram, e me sentia desconectada dos meus colegas porque era uma das poucas mulheres e latinas nos meus cursos de cinema. Embora tenha buscado comunidades online, nenhuma delas era acessível para onde eu estava em minha jornada criativa, pois eram direcionadas a cineastas mais experientes ou com mais conhecimento. Eu queria canalizar o que estava aprendendo sobre representação na mídia e minhas habilidades em mídias sociais para algo positivo, e assim surgiu a ideia de “The Light Leaks”.

O filme mais subestimado pelo qual você está obcecado no momento e por que todos deveriam assisti-lo?

Ultimamente, tenho me inclinado mais para séries de TV do que filmes devido à minha capacidade de concentração, e recentemente fiquei viciado em “Neon“. A série gira em torno de Santi, um aspirante a artista de reggaeton na casa dos 20 anos, e seu primo/empresário Ness, enquanto eles, juntamente com seu amigo Felix, se mudam para Miami para impulsionar a carreira de Santi após uma música viralizar e leva-lo ao estrelato. “Neon” explora a busca de sonhos e os desafios que isso acarreta. O que me destaca, além do aspecto musical, é a autêntica representação da experiência queer latina de Ness.

A série captura de maneira belíssima as altas e baixas de sua jornada. Um momento memorável é uma emocionante cena de flashback em sua quinze anos, onde Ness, desejando dançar com sua namorada, navega pelas complexidades para evitar o escrutínio familiar. “Neon” não hesita em retratar as experiências autênticas de mulheres queer latinas e incluir isso de forma perfeita na história. Acho que é um must watch para os amantes de música, em especial, e qualquer um que queira assistir a uma representação positiva da comunidade LGBTQ+ nas histórias.

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