Batalhão Sagrado de Tebas: o poderoso exército formado por 150 casais gays que venceu Esparta

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Vitor Paiva

Uma das mais emblemáticas e importantes tropas militares da Grécia Antiga, o Batalhão Sagrado de Tebas era um selecionado de soldados de elite, composto por 300 homens, que inovou as táticas militares da época e venceu Esparta na Batalha de Leuctra, expulsando o exército espartano do território, mesmo estando em desvantagem numérica, no ano de 375 antes da era comum. Junto ao grande talento militar, o Batalhão Sagrado se destaca na história por ter sido formado exclusivamente por amantes do mesmo sexo: o exército de 300 homens era formado por 150 casais homossexuais.

Entre homens e jovens, os pares no batalhão frequentemente reuniam um mestre e seu aprendiz, em aproximação que, sem tabus, era considerada parte importante do Ruínas do forte de Cadmea, em Tebas crescimento de um jovem cidadão na sociedade grega de então. Essa conexão profunda – não somente amorosa e sexual, mas também pedagógica, filosófica, de orientação e aprendizado – era justamente vista como arma para o campo de batalha, tanto no entrosamento entre os soldados, quanto para a proteção do grupo durante os conflitos, como um elemento adicional ao conhecimento tático e de batalha propriamente.

Ruínas do forte de Cadmea, em Tebas

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Representação do general Epaminondas Acredita-se que o Batalhão Sagrado de Tebas tenha sido estabelecido pelo comandante Górgidas no ano de 378 AEC, para proteger a cidade-estado grega de eventuais invasões ou ataques. O filósofo grego Plutarco, no livro A Vida de Pelópidas, descreveu a tropa como “um grupo cimentado pela amizade baseada no amor é inquebrável e invencível, já que os amantes, envergonhados de serem fracos à vista de seus amados, e os amados diante de seus amantes, de bom grado se arriscam para o alívio um do outro”.

Representação do general Epaminondas

"Epaminondas salva Pelópidas" em representação artística

“Epaminondas salva Pelópidas” em representação artística

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o Leão de Queroneia

o Leão de Queroneia, monumento erguido na Grécia em memória do Batalhão Sagrado de Tebas

Foi o Batalhão quem inovou a tática militar utilizando a “ordem oblíqua”, quando um dos flancos de batalha é especialmente reforçado, na inesperada vitória da Batalha de Leuctra, liderada por Epaminondas. Após o período de hegemonia tebatana, o Batalhão Sagrado de Tebas foi aniquilado por Alexandre, o Grande, quando ainda era liderado por seu pai, Filipe II da Macedônia, na Batalha de Queroneia, no ano de 338 AEC. O legado da tropa de Tebas, porém, é inequívoco e histórico, não só para a história da Grécia e as teorias militares, como também para a história da cultura queer e a derrubada de todos os preconceitos e ignorâncias homofóbicas.

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