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Um estudo do Instituto Cidades Sustentáveis (ICS) em março deste ano revelou que Manaus ocupa o terceiro lugar entre as capitais brasileiras em termos de violência contra a população LGBTQIAPN+. Somente as capitais Porto Velho, que está em segundo lugar, e Vitória, no Espírito Santo, que está na primeira posição, superam a cidade.
O relatório do ICS diz que a desigualdade entre as capitais diminuiu quando dados e indicadores de 26 capitais diferentes do país foram examinados e comparados. Luiz Antônio, um sociólogo, afirma que essa violência resulta de um imaginário estrutural na sociedade que vende a noção de que pessoas com identidades de gênero que não se enquadram no modelo tradicional são consideradas “anormais”.
A cidade já está habituada à cultura de violência, uma cidade machista, uma cidade conservadora, que faz o de uso da violência como forma de resolução do conflito, e uma hora ou outra acaba também se espelhando na relação com a população LGBTQIAPN+. Uma vez que essas pessoas são tratadas com menor valor pelo fato de serem diferentes aos olhos da sociedade, é um reflexo estrutural que vem de uma cadeia hereditária. Outro fato também que aumenta o índice de violência é a aceitação da população em relação à morte, como forma de resolver um problema, se eu não gosto dele, se ele me constrange ou se ele me expõe, eu mato”, desctacou o sociólogo.
A capital amazonense tem o terceiro maior número de mortes LGBTfóbicas de todo o país, com 3,29 mortes por milhão de habitantes, de acordo com o relatório de 2022 do Observatório de Mortes e Violências LGBTQIPN+ no Brasil. ficando atrás apenas de Fortaleza no Ceará e Maceió em Alagoas.
A presidente do Instituto da Diversidade LGBTQIA+ em Manaus, Bruna Laclose, disse ao CENARIUM que a discriminação começa muitas vezes nas próprias delegacias e que o Instituto vem com a ideia de combater essas questões com advogadas, apoio psicológico e palestras de conscientização.
A cidade é conhecida por sua cultura de violência, é machista e conservadora, e usa a violência como forma de resolução de conflitos. Em algum momento, isso também acaba refletindo sua relação com as pessoas LGBTQIAPN+. Essas pessoas são menos valorizadas porque são diferentes para a sociedade. Isso é um reflexo estrutural de uma cadeia hereditária. O sociólogo também disse que outra coisa que aumenta a violência é que a população vê a morte como uma solução para os problemas: “Se eu não gosto dele, se ele me constrange ou se ele me expõe, eu mato”.
Matéria completa Agência Cenarium