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A vereadora Monica Benicio (Psol), viúva de Marielle Franco, a vereadora assassinada em 2018, fez uma denúncia à polícia do Rio de Janeiro nesta terça-feira, 22, alegando ter recebido uma ameaça de estupro com teor “corretivo” através da internet. O caso foi oficialmente registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que agora busca identificar o autor da mensagem.
De acordo com Monica, a ameaça foi recebida em seu e-mail oficial no último dia 14. O remetente se apresentou como Astolfo Bozzônio Rodrigues e afirmou ser doutor em Psicologia pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Entretanto, a vereadora não tem certeza se essa identidade é real, embora tenha conseguido identificar uma conta associada a esse nome na antiga rede social X (anteriormente conhecida como Twitter), com postagens homofóbicas. A mensagem recebida por Monica tinha um teor lesbofóbico, onde o autor declarava que ser uma mulher lésbica é uma “aberração”.
O termo “estupro corretivo” é usado porque, segundo o autor da ameaça, teria o objetivo de “corrigir” a preferência sexual da vítima. Monica afirmou que o e-mail detalhava como o crime seria cometido, algo extremamente violento não somente para uma mulher lésbica, mas também para todas as mulheres em geral. Ela enfatizou a importância de reafirmar que ser lésbica não é uma doença e que o estupro corretivo é um crime.
Monica revelou que tem recebido ameaças desde 2018, quando se tornou nacionalmente conhecida após a morte de Marielle. Entretanto, esta foi a primeira vez que ela recebeu uma mensagem com um teor tão agressivo. A Polícia Civil está trabalhando para rastrear a origem da mensagem e identificar o autor. Os crimes que estão sendo investigados incluem racismo, ameaça, intolerância e violência política de gênero.