Vaticano publica instrução que proíbe ordenação de gays

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EFE
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Por Juan Lara Cidade do Vaticano, 29 nov (EFE) – O Vaticano publicou hoje o documento que fecha as portas dos seminários e do sacerdócio “àqueles que praticam o homossexualismo, apresentam tendências homossexuais profundamente arraigadas ou apóiam a cultura gay”.
O documento, do qual se vinha falando há vários meses e que praticamente já era conhecido, não foi apresentado pelo Vaticano em entrevista coletiva, como costuma ocorrer em algumas ocasiões similares, mas colocado à disposição dos jornalistas na Sala de Imprensa vaticana em vários idiomas.
Trata-se de uma Instrução titulada “Sobre os critérios de discernimento vocacional em relação às pessoas com tendências homossexuais antes de sua admissão ao seminário e às Ordens Sagradas”.
O documento consta de nove páginas, divididas em três capítulos, e foi preparada pela Congregação para a Educação Católica. Bento XVI a aprovou em 31 de agosto, e o texto foi assinado em 4 de novembro pelo prefeito do dicastério, o cardeal Zenon Grocholewski.
O primeiro capítulo se denomina “Maturidade afetiva e paternidade espiritual” e, após lembrar que o sacerdote representa sacramentalmente Cristo, acrescenta que o padre deve dedicar toda sua vida à Igreja e realizar uma autêntica caridade pastoral. Para isso, deve ter alcançado uma maturidade afetiva que lhe permita manter uma relação correta com homens e mulheres.
O segundo capítulo, o que proíbe a ordenação de gays, é chamado “Homossexualismo e o Ministério ordenado” e detalha a distinção que o Catecismo faz entre atos e tendências homossexuais.
O documento lembra que as Sagradas Escrituras apresentam os atos como “pecados graves” e que a tradição “os considera intrinsecamente imorais e contrários à lei natural. Por isso, não podem ser aprovados em nenhum caso”.
Sobre as tendências homossexuais “profundamente arraigadas”, detalha que “também são objetivamente desordenadas”. O texto afirma que os homossexuais devem ser amparados com respeito e delicadeza “e é preciso evitar qualquer estigma que indique uma injusta discriminação”.
Nesse ponto, o documento assinala o principal: “À luz dessas doutrinas, considera-se necessário afirmar com clareza que a Igreja, no mais profundo respeito a essas pessoas, não pode admitir no seminário e nas Ordens Sagradas aqueles que praticam o homossexualismo, apresentam tendências homossexuais profundamente arraigadas e apóiam a chamada cultura gay”.
E acrescenta: “Estas pessoas estão em uma situação que coloca obstáculos graves a uma correta relação com homens e mulheres”.
“De modo algum se podem ignorar as conseqüências negativas que podem derivar da Ordenação de pessoas com tendências homossexuais profundamente arraigadas. Se, por outro lado, se tratar de tendências homossexuais que são apenas a expressão de um problema transitório, como por exemplo uma adolescência inacabada, essas deverão ser claramente superadas pelo menos três anos antes da ordenação diaconal”, acrescenta o texto.
O último ponto é “Discernimento da idoneidade dos candidatos pela Igreja” e ressalta que apenas o desejo de ser padre “não é suficiente” e que “não existe um direito de receber a Ordenação”.
Compete à Igreja discernir a idoneidade dos que querem entrar no seminário e de chamar às Ordens Sagradas aqueles que possuírem as qualidades requeridas, continua o texto.
Para admitir um candidato no seminário, a Igreja deve verificar sua maturidade efetiva e ter um julgamento moralmente certo sobre suas qualidades. Em caso de dúvida, não se deve admitir o candidato na Ordenação, acrescenta o texto.
Nos colóquios com o candidato, o diretor espiritual deve lembrar a ele a exigência da castidade sacerdotal e também levar em conta, entre outras, que não apresenta “problemas sexuais incompatíveis com o sacerdócio”.
“Se for assim, têm o dever de convencer o candidato a não ser ordenado. Será gravemente desonesto se o candidato ocultar sua própria homossexualismo para ter acesso, apesar de tudo, à Ordenação”, ressalta o texto.
O documento já provocou polêmica entre os homossexuais, que o consideram discriminatório e racista. “No Vaticano, há uma obsessão homofóbica. A Igreja quer afastar todos os padres que não representam o modelo de família baseada no casamento”, disse hoje o deputado italiano e presidente de honra do movimento Arcigay, Franco Grillini.
Grillini acusou a Igreja de “hipócrita” e pediu a ela que assuma sua responsabilidade nos casos de pedofilia, “já que a maior parte dos padres envolvidos nesses casos é heterossexual”. EFE mcd dgr/ta


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