Tempo de Oscar: Melodrama gay lidera indicações

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AMIR LABAKI
Especial para o UOL
Divulgação
Heath Ledger e Jake Gyllenhaal em Brokeback Mountain
LISTA DOS INDICADOS
TUDO SOBRE O OSCAR 2006
Será mais uma vez um Oscar dos independentes, com os grandes estúdios à margem. Mas será mesmo o primeiro Oscar gay?
Como esperado, “O Segredo de Brokeback Mountain”, o melodrama gay entre cowboys, lidera a lista de indicados ao Oscar 2006 com citações em oito categorias. Entre elas, a de melhor filme, melhor diretor (Ang Lee), melhor ator (Heath Ledger), ator coadjuvante (Jake Gyllenhaal), atriz coadjuvante (Michelle Williams) e roteiro adaptado (Larry McMurthy e Diana Ossana). A cerimônia de premiação acontecerá em 5 de março próximo.
Oito indicações é uma marca longe do recorde (13), mas expressiva o
bastante para indicar favoritismo. Com seis indicações, os concorrentes mais próximos são “Boa Noite e Boa Sorte”, o libelo antimacartista de George Clooney, e “Crash – No Limite”, o mosaico altmaniano sobre tensões raciais em Los Angeles, dirigido pelo estreante Paul Haggis.
Somam-se a eles “Capote”, de Bennett Miller, e “Munique”, de Steven Spielberg, na disputa pelo Oscar de melhor filme.
“O Segredo de Brokeback Mountain” sai na frente, pelo número de indicações, pela dupla vitória recente nas associações de produtores e de diretores, pelo triunfo no Globo de Ouro e pelo reconhecimento com o Leão de Ouro em Veneza. É filme sólido, rodado com sutileza e interpretado com brio, que coloca em primeiro plano um amor homossexual no universo de cowboys contemporâneos da América profunda.
A ousadia temática não se repete na forma. “Brokeback Mountain” é
estilisticamente o mais convencional dos indicados ao prêmio principal, ao lado de “Munique”. Também por isso o melodrama de Ang Lee poderá mesmo vencer.
“Boa Noite e Boa Sorte” e “Capote” são ambos muito mais secos e diretos. “Boa Noite” concentra-se no embate em torno de liberdades civis entre o maior repórter de TV dos EUA dos anos 50, Edward Murrow, e o senador oportunista e ultraconservador Joseph McCarthy. “Capote” também fixa seu foco num único episódio, a concepção, desenvolvimento e escrita do clássico romance policial de não-ficção “A Sangue Frio” por Truman Capote, no início dos anos 60.
“Capote” deve valer a Philip Seymour Hoffman o prêmio de melhor ator,
batendo o Murrow de David Straithairn e o Johnny Cash de Joaquin Phoenix (“Johnny e June”), além de Heath Ledger e do azarão Terrence Howard no
ultra-independente “Hustle & Flow”.
Como a parceira e musa de Cash, Reese Witherspoon é favorita para o prêmio de melhor atriz, tendo por principal concorrente Felicity Huffman, que interpreta um transsexual em “Transamérica”. Foram ainda indicadas Judy Dench (“Sra. Henderson Apresenta”), Kyra Knightley (“Orgulho e Preconceito”) e Charlize Theron (“Terra Fria”).
Não deu mesmo para “2 Filhos de Francisco” como filme estrangeiro, mas “O Jardineiro Fiel”, de Fernando Meirelles, emplacou nada menos que quatro indicações: atriz coadjuvante (Rachel Weisz), roteiro adaptado (Jeffrey Caine), montagem (Claire Simpson) e trilha original (Alberto Iglesias). Weisz é favoritíssima.
Injustiças? Fiquemos em duas. “Ponto Final” valeu a Woody Allen uma
solitária indicação por roteiro original, provando que Hollywood parece
tê-lo desembarcado mesmo. “A Luta pela Esperança”, de Ron Howard, sobre a ascensão de um boxeador em meio à Grande Depressão, mereceria figurar no time principal. Deve se contentar em ser o filme que valeu o Oscar de
coadjuvante a Paul Giamatti (“Sideways”). Ao menos isso.


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