Sindicato cobra do Itamaraty medida para proteger servidores gays

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O Sinditamaraty requisitou ao MRE atualização da lista com os nomes dos países onde

relações homoafetivas são consideradas crime

LEILANE MENEZES

O Sinditamaraty, representante de servidores do Ministério das Relações Exteriores (MRE), pediu à Subsecretaria-Geral do Serviço Exterior a divulgação de lista atualizada dos países que criminalizam relações homoafetivas.

A informação é importante para proteger servidores brasileiros enviados a outras nações acompanhados de seus companheiros ou companheiras do mesmo sexo. Há lugares no Oriente Médio, por exemplo, em que ter relações homossexuais é considerado crime.

“A medida é essencial para nortear a escolha de postos, no sentido de garantir a segurança de servidores removidos e prevenir situações de constrangimento que envolvam aqueles em missão no exterior e seus familiares”, explica o presidente do sindicato, Ernando Neves.

O pedido do Sinditamaraty é motivado por situações como a vivida pelo diplomata Carlos Libório e seu companheiro. Carlos foi removido para um posto na República Democrática do Congo, em 2015. No mesmo ano, um processo para criminalizar relações homoafetivas estava em curso no país.O diplomata viveu dois anos em clima de apreensão. “Quando foi pedida a acreditação do meu companheiro, o país negou. Começaram a monitorar a presença dele. Ele não saía ou chegava sozinho, por exemplo”, relata Libório.

O servidor retornou ao Brasil em junho de 2017 e relatou os problemas ao MRE. Pouco depois da remoção de Libório para a África, o Itamaraty pediu às suas representações pelo mundo informações sobre como cada país se posicionava a respeito das relações LGBT.

Quando um diplomata se disponibiliza para morar em outros países, ele responde a um questionário interno. A partir de 2017, passou a haver um espaço onde o candidato a remoção pode indicar se tem ou não uma relação homoafetiva, o que pode ser levado em consideração no momento de determinar o posto.

Até recentemente, diplomatas gays a serviço no exterior levavam seus cônjuges na cota de “serviçais”, algo que lhes garantia alguns direitos, mas não o reconhecimento da relação com o servidor do Itamaraty. O cenário começou a mudar a partir de 2011, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união entre pessoas do mesmo sexo – e o MRE acompanhou tal entendimento.

Por meio da assessoria de imprensa, o Itamaraty informou nesta noite que, em dezembro de 2016, todos os postos foram formalmente consultados para verificar qual era a proteção local oferecida aos servidores em união homoafetiva. O Ministério das Relações Exteriores publicou um documento, na rede interna da pasta, no qual constam todas as informações sobre os países onde o governo brasileiro mantém representação.

Sindicato cobra do Itamaraty medida para proteger servidores gays


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