Revista propõe conteúdo afirmativo para mulheres lésbicas e bissexuais

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Produzida com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, publicação dá visibilidade e informação a mulheres que se relacionam com mulheres.

Por Letícia Fontes

Frequentemente esquecidas dentro dos movimentos feministas. Deixadas à sombra dentro da comunidade LGBTI+. É assim que sentem muitas mulheres lésbicas e bissexuais no país e no mundo, afirma a jornalista Ana Luiza Gonçalves, criadora e editora da revista “Lésbi”, lançada nesta segunda-feira (8) como uma tentativa de contribuição para mudar esse cenário.

Produzida integralmente por lésbicas e mulheres bissexuais e direcionada para esse público, a revista joga luz sobre o universo das mulheres que amam mulheres. Produzida com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, a publicação contará com duas edições, com impressão de dois mil exemplares, distribuídos em espaços culturais da capital mineira, após o fim da quarentena.

A primeira edição foi lançada hoje e a segunda está prevista para o segundo o semestre. Enquanto isso, a revista impressa poderá ser solicitada de qualquer lugar do Brasil de forma gratuita pelo site e todo o seu conteúdo também estará disponível online. 

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Vácuo

Depois de passar por muitas experiências negativas com profissionais e também com a falta de informações sobre assuntos que permeiam mulheres lésbicas e bissexuais, para Ana Luiza, a revista cumpre também um papel social. Segundo a jornalista, mulheres ainda são vítimas de preconceito na sociedade e as suas questões são, em diversos momentos, negligenciadas. Esse fator se torna ainda maior quando são mulheres lésbicas ou bissexuais.

Pensando nisso, a publicação pretende ser um espaço de discussão, visibilidade e representatividade, levando informações, conhecimento e entretenimento a partir de um conteúdo que dialoga diretamente com as suas especificidades.

Na primeira edição, a revista traz ilustrações e conteúdos sobre sexo, saúde mental, relacionamentos, mercado de trabalho, comportamento, maternidade e dicas de conteúdo voltado para o público lésbico e bissexual.

“A Lésbi ocupa um espaço enorme, um vácuo que a gente sempre encontrou. Nós, lésbicas, nunca somos representadas ou somos sub-representadas Somos excluidas desde um atendimento médico. Se um conteúdo desse estivesse disponível quando eu me assumi na minha adolescência há15 anos, eu teria uma rede de apoio, me sentiria representada. Aquilo não teria sido invisível e minhas dúvidas e questões teriam sido debatidas. Teria até uma saúde mental melhor”, afirmou a jornalista Ana Luiza Gonçalves, editora da revista.

Mais espaço

“A vontade de poder me expressar tranquilamente nos espaços e até mesmo em casa era sempre barrada pelo preconceito. As idas ao ginecologistas para consultas de rotina, por exemplo, eram acompanhadas pelo medo e também pelo desconhecimento do profissional. Ouvi muito que eu não precisava fazer o preventivo, porque não me relacionava com homens”, relata Ana Luiza.

Para a jornalista, o desafio começa dentro do movimento LGBT: “O homem, mesmo sendo gay,  tem um protagonismo maior que o nosso. A mulher sempre foi apagada e o apagamento das mulheres é um apagamento sistemático, dentro e fora do movimento. Precisamos que os nossos modos de relacionamento, nossos afetos entre mulheres e esse amor entre mulheres de forma coletiva ganhem espaço nas lutas políticas”, completa.

O Tempo


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