Prefeitura de Ouro Preto faz mapeamento para melhorar atendimento à população LGBTQIAP+

“Precisamos fazer o diagnóstico situacional da população LGBTQIAP+ em Ouro Preto para ter uma ideia de como esse pessoal está distribuído territorialmente, qual é o perfil socioeconômico, o nível de utilização dos serviços de saúde do Município, se já sofreu algum tipo de preconceito ou violência. E, também, temos o intuito de ouvir essa população nas demandas, necessidades e o que essas pessoas acham que a cidade precisa melhorar de política pública de forma geral, mas principalmente na área da saúde”, disse Victor.

A ideia do mapeamento já vem sendo desenvolvida há algum tempo, segundo o coordenador, tanto pelo comitê num geral, quanto por ele mesmo, que também é diretor de educação e tecnologia em saúde em Ouro Preto.

“Isso é para a gente preparar um olhar mais cuidadoso para os grupos de pessoas que pertencem às populações mais vulneráveis, como mulheres LGBTQIAP+, população negra e de cultura indígena, pessoas em situação de rua e demais públicos. Já tínhamos esse desejo e aí veio uma política estadual de implementação de políticas de equidade. Então, a gente aproveitou que surgiu essa política com possibilidade inclusiva e de repasse financeiro, que é um repasse muito pequeno, mas que permite a gente iniciar essas ações. Então, a gente criou o comitê técnico de promoção de equidade em saúde e começou essa iniciativa”, contou.

A partir do mapeamento, o comitê fará alguns projetos. Em um primeiro momento, haverá o treinamento das equipes de saúde de Ouro Preto para que haja o acolhimento e devido atendimento para a população LGBTQIAP+, junto com os atendimentos das necessidades específicas dessa população, tais como atendimento pelo nome social, identificação correta da orientação sexual e da identidade de gênero e várias outras questões para que essas pessoas se sintam seguras, à vontade e confortáveis para procurar os serviços de saúde do Município.

Em um segundo momento, identificando quais são as principais regiões da cidade onde essa população está concentrada, o objetivo é a gente criar nas UBSs uma espécie de “selo LBTQIAP+” para que a população saiba que toda a equipe está completamente treinada e preparada para receber essa população, como se fossem zonas seguras e confortáveis para essas pessoas.

Na publicação feita pela Prefeitura de Ouro Preto, Giovany de Oliveira, morador da cidade, comemorou a iniciativa. “Ainda bem que alguma gestão olhou pra gente! Precisamos mesmo de ajuda, apoio, amparo e estímulo. Espero que as pessoas LGBTs em situação de vulnerabilidade sejam apoiadas logo. Importantíssima iniciativa, e que pode fazer coro as propostas independentes já em curso na cidade”, comentou.

Maicon de Medeiros, de Florianópolis, conta que ele e seu parceiro, Alysson Silva, estiveram em Ouro Preto em 2018 e se sentiram muito bem acolhidos.

“Viajamos para a cidade em 2018 e nos sentimos muito bem acolhidos. Tanto que voltaremos na semana que vem, eu e meu companheiro, e mais pessoas da família. Parabéns pela atitude e pelo posicionamento. Vocês são exemplo. Cada vez mais amor por Ouro Preto”, comentou o turista na publicação da Prefeitura Municipal.

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