Por que abençoamos os casais homossexuais. Artigo de Luc Van Looy

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Sabemos que a Igreja abençoa carros, rosários, objetos de todo tipo (até armas!), abençoa as pessoas que sofrem, os doentes e muitas outras situações. É nessa lógica que ela abençoa também as pessoas que receberam do Criador a vida com uma inclinação particular.

A opinião é de Luc Van Looy, bispo emérito de Gent, na Bélgica. O artigo foi publicado por Settimana News, 05-04-2023. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o artigo.

Gostaria de propor uma reflexão serena sobre a proposta dos bispos da Bélgica sobre a bênção das pessoas de tendência homófila que decidem viver um contrato compartilhado por toda a vida.

Durante anos, os bispos da Bélgica refletiram e rezaram sobre a situação dos gays que, com toda serenidade e discernimento, querem viver uma vida cristã comprometida com a Igreja e a sociedade, conscientes de sua condição de homófilos.

A Igreja quer bem a todos e quer integrar todas as pessoas na comunidade dos batizados com sua tendência específica recebida do Criador.

Oferecer uma bênção aos casais que decidem compartilhar sua vida não significa considerar sua união como matrimônio – isso nunca, em hipótese alguma – porque o matrimônio inclui a possibilidade de criar uma família.

Ao mesmo tempo, porém, duas pessoas que se descobrem homófilas têm, como criaturas do mesmo Criador, o direito/dever de serem “férteis” de outra forma e, portanto, de colaborar com a construção da sociedade e da Igreja.

Sabemos que a Igreja abençoa carros, rosários, objetos de todo tipo (até armas!), abençoa as pessoas que sofrem, os doentes e muitas outras situações. É nessa lógica que ela abençoa também as pessoas que receberam do Criador a vida com uma inclinação particular. Trata-se, portanto, de abençoar pessoas que vivem em uma situação específica e que pretendem, como cristãs, viver uma vida de recíproca fidelidade, porque a Igreja deseja que essas pessoas sejam felizes e criativas na vida social e eclesial.

Em uma palavra, a Igreja quer bem a essas pessoas na situação que lhes é própria. As pessoas que continuam considerando a homofilia como uma doença deveriam pelo menos lembrar que Jesus veio, em primeiro lugar, “para os doentes e não para os sãos”.

Em diálogo com a Santa Sé, os bispos não encontraram dificuldades preconceituosas, pelo contrário, foram compreendidos em seu propósito de iniciar essa experiência com uma fórmula de oração aprovada pela conferência episcopal como um todo. Além disso, uma pessoa foi nomeada pela conferência a fim de acompanhar essa experiência.

Esperamos testemunhar que essas pessoas, que vivem em uma “certa pobreza”, sentem-se amadas por uma Igreja que quer a felicidade de todos e de todas, na situação que o Criador lhes ofereceu.

 

IHU


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