Autor de e-mail determina que evento seja cancelado e usa frases do presidente Jair Bolsonaro para reforçar ameaças: “Ninguém segura nação”
No texto, o autor ofende a comunidade LGBTQIA+ e determina que o evento seja cancelado, sob ameaças de morte. “Se vocês não cancelar essa parada gay (sic), ela vai acabar em tragédia”, ameaça.
O autor ainda cita uma frase dita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) nas inserções partidárias: “Sem pandemia, sem corrupção e com Deus no coração, ninguém segura essa nação”. A ameaça também é assinada com “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, bordão popularizado por Bolsonaro.
Denunciado às autoridades
Em nota divulgada pela assessoria de imprensa, a deputada Érica Malunguinho, que recebeu o e-mail, reforçou seu posicionamento a favor da realização do evento e disse que registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil. Além disso, ela enviou ofícios às secretarias estaduais de Segurança Pública, Justiça e Cidadania, à Presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e ao Ministério Público, noticiando o ocorrido.
“Sendo assim, o mínimo que se espera é que os órgãos responsáveis se organizem para garantir a segurança de todes”, declarou.
Procurada pelo Terra, a Secretaria de Segurança Pública informou que a Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância (Decradi), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), realiza diligências para identificar a autoria do e-mail. A Secretaria de Justiça e Cidadania não se posicionou até a última atualização desta matéria.
A deputada Érica Hilton, também alvo das ameaças, disse que está em contato direto com o Governo do Estado e uma escolta garantida pela Guarda Municipal a acompanha 24h por dia. Segundo informou, as pastas estaduais, em conjunto com as polícias Civil e Militar, estão desenvolvendo um plano para garantir a segurança do evento, além de uma investigação para coibir qualquer tentativa de impedir a realização da Parada.
Os demais envolvidos nas ameaças – Alexandre Frota, Fábio Trad, Thammy Miranda e Fernando José da Costa – também foram procurados, mas não se manifestaram sobre o assunto. O espaço segue aberto.
*Com edição de Estela Marques.