Parada gay provoca polêmica em Joinville

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Prefeitura diz que não vai dar dinheiro para a parada, mas admite que investirá no resto da programação da Semana da Diversidade



Edson Burg | [email protected] /Á NOTÍCIA

Nas últimas semanas, o nome de Joinville foi amplamente citado em sites voltados para o público homossexual como o Portal G e o Athos GLS. Por aqui, o motivo de tal reconhecimento provocava furor em listas de discussão, fóruns da internet e até mesmo à boca pequena: a possibilidade de a cidade realizar um evento para discussão de causas ligadas à população LGBT (lésbica, gays, bissexuais, travesti e transexuais) está longe de ser uma unanimidade.

Os depoimentos no AN.com.br mostram que parte dos leitores não quer nem ouvir falar em uma parada gay. Há ainda aqueles que dizem até apoiar, desde que não haja investimento público.

Outros aplaudem a iniciativa, previamente batizada como Semana da Diversidade. O tema da edição 2009 do encontro, que pode entrar no calendário oficial de eventos da cidade, mostra como existe a preocupação dos organizadores com a quebra do preconceito: \”Direitos seus, direitos meus = direitos humanos”.

A celebração aos direitos dos homossexuais não se resume a um desfile.

— Duas organizações nos procuraram para promover uma série de ações, uma programação de uma semana da diversidade, na qual está incluída a parada — explica Charles Narloch, diretor executivo da Fundação Cultural de Joinville (FCJ), órgão público que irá apoiar e promover a atividade.

A semana será entre os dias 21 e 28 de junho, com a parada como encerramento, ainda sem local definido. A programação completa será divulgada em 6 de maio.

O contato entre as ONGs Arco-Íris e Grupo Vida com a FCJ aconteceu no início do ano. Até então trabalhando apenas nas articulações com outras associações LGBT do Brasil, as organizações iniciaram em 2009 os trabalhos nas áreas de educação, saúde, direitos humanos e cultura. Daí surgiu a vontade de promover a Semana da Diversidade em parceria com o poder público.

— Como a associação se fortaleceu, resolvemos arriscar — fala Josué Júnior, coordenador de projetos da Arco-Íris.

A semana de atividades em Joinville, explica Josué, será como a de Florianópolis, com um espaço aberto para a discussão de assuntos ligados à causa.

— Sempre é assim, mas é a parada que chama a atenção porque atrai um grande número de pessoas.

Sobre a polêmica, os organizadores já esperavam.

— É um tema complicado dentro dos lares. Agora temos que conversar, fazer as pessoas entenderem que não é só festa — comenta Josué.

Prefeitura vai incentivar a parte cultural

Em Joinville, há políticas públicas para atender às causas dos homossexuais. Elas foram instituídas por um projeto de lei aprovado pela Câmara e sancionado pelo prefeito Carlito Merss, que definiu 28 de junho como o Dia Municipal de Combate à Homofobia.

Para o diretor executivo da FCJ, Charles Narloch, esta é uma tendência nacional.

— O Ministério da Cultura tem uma secretaria especial para atender assuntos ligados à diversidade — diz Charles.

E vai além.

— Para aqueles que dizem que não é função do governo apoiar esses eventos, eles devem acompanhar o que está sendo feito em outras cidades e Estados.

E, afinal, haverá ou não dinheiro público na parada, o que parece ser um dos nós da polêmica? A Prefeitura diz que não vai dar dinheiro para a parada gay, mas admite que investirá dinheiro no resto da programação da Semana da Diversidade.

— Iremos investir, sim, na programação cultural, que será intensa — completa Charles.


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