O que é assexual? Entenda o tema trabalhado na novela ‘Travessia’

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Personagem de Thiago Fragoso, Caíque, tem um relacionamento e evita relações sexuais. Entenda o porquê disso sabendo mais sobre assexualidade

O personagem de Thiago Fragoso em “Travessia”, Caíque, vive uma história na novela que tem chamado a atenção dos telespectadores. Na trama, ele namora a personagem Leonor (Vanessa Giácomo); mas, apesar de estar no relacionamento e gostar dela, as investidas sexuais da namorada são sempre evitadas pelo rapaz. Entre o público, muitas especulações foram levantadas sobre o porquê disso – mas a resposta é simples: na realidade, Caíque é assexual.

Você já ouviu falar nesse assunto? Entenda aqui, através de uma matéria publicada originalmente na Allure, o significado do tema abordado na trama de Glória Perez:

Assexualidade não anula relações românticas

Quando o termo queer surgiu no final dos anos 80, a comunidade LGBT ganhou mais uma letra. O fato foi celebrado por abranger mais uma identidade em potencial, mas a sopa de letrinhas ainda não conta com uma orientação sexual em particular: a assexualidade. Trata-se de é alguém que tem pouca ou nenhuma atração e desejo sexual.

Assim como com os queers, isso inclui um espectro amplo e colorido, sendo “cinza” os assexuais que podem estar em ambos os lados da sexualidade. Pessoas assexuais podem também ter relações românticas e amores platônicos que não necessariamente estão ligadas a sexo. Elas podem ser “aces” (assexuadas) e “aro” (românticas), ou nenhum dos dois.

É importante celebrar as pessoas que estão construindo relacionamentos nas suas vidas que nem sempre são sexuais. Aces, independente de serem heterxs, gays, casadxs ou solteirxs, são parte da comunidade. No espírito da consciência LGBTQIA+, conversamos com uma mulher assexual para desmistificar a orientação sexual – e contar o que significa, de fato, conviver com a falta de libido.

Casada, sim; assexual, também

Marina Costa sabia que não era heterossexual, mas também não sabia ao certo como se identificar. Um dia, durante uma conversa sobre sexualidade com suas amigas no mês do orgulho LGBTQ+, ela se pôs a pensar sobre o tema. Fez algumas pesquisas online e leu alguns depoimentos de pessoas assexuadas. Naquele tempo, ela achava que assexualidade eram pessoas que odiavam sexo. Ela está com o marido há oito anos, eles são casados há três, e sabia que esse não era seu caso. Ela e o marido têm relações sexuais – mas algo ainda a incomodava.

“Quanto mais eu pesquisava, mas eu entendia que o espectro da assexualidade era muito mais amplo do que eu imaginava – e mais eu percebia o quanto isso fazia sentido para mim,” diz Marina.

Eu transo às vezes…

Meghan percebeu que seus sentimentos sobre sexo eram comuns – muito comuns “Eu nunca tinha considerado ser assexuada por pensar que não tinha aversão a sexo”, explica. “Eu tenho minhas fases: às vezes sou muito indiferente ao sexo, mas não sinto repulsa, só não importa para mim. E às vezes me sinto mais interessada, então estou bem próxima do cinza-ace nesse sentido.”

Cinza-sexual, que também pode ser definido como cinza-A ou cinza-ace, são pessoas flexíveis em suas preferências sexuais. Às vezes o sexo soa divertido; às vezes, não. Porém, as lutas de Marina não estavam no fim: ela ainda tinha que contar para o marido.

Quando o seu parceiro não é assexual

Marina enfatizou para ele que, no fim das contas, ela ainda era ela mesma pessoa. “Eu expliquei para ele que nada mudaria entre a gente e na nossa relação. Eu só estou entendendo melhor quem sou,” diz. Estar em um relacionamento assexual-heterossexual saudável depende de muita comunicação. “É preciso conversar, ouvir, entender. Estar aberta ao que seu parceiro vai dizer e estar pronta para se adaptar, se necessário”, ela explica. Enquanto isso ajudava a explorar como ela se sentia sexualmente, ainda havia algumas dificuldades para descobrir quando se tratava de atração romântica.

Amor Vs. Desejo sexual

Marina diz que aprender mais sobre romance e atração sexual – e como eles podem operar separadamente – foi um divisor de águas na sua vida. Ela chegou a pensar que era bissexual em determinado momento. “É bom saber que as duas coisas podem funcionar separadamente, e que você pode, sim, ter uma atração emocional por alguém e que não esteja ligado ao desejo sexual.”

Atração romântica é você querer sentar no sofá e pegar na mão de alguém ao invés de transar. Além disso, Marina sente que a auto-aceitação é a chave para uma identidade sexual saudável. “ Passei muito tempo achando que tinha algo errado comigo porque todas as minhas amigas queriam ter relações sexuais e eu não tinha o mesmo interesse e desejo,” Marina explica “Você não está perdida, não tem nada de errado com você e tem várias pessoas que sentem o mesmo.”

Glamour


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