“Nossa causa precisa estar ligada à família”, afirma mãe de homem gay e drag

– Nunca tive resistência, sei que ele é firme nos propósitos dele. É bem resolvido profissionalmente, feliz, a família ama ele como ele é. Meu amor é incondicional, nunca tive medo. Só depois entendi o que ser gay significa nas ruas, quando caiu a ficha da violência e do preconceito – lembra Hulda.

Nos shows de Lorenzo na pele de Lo Litta, a professora é presença garantida na plateia. E foi numa dessas apresentações que ela ouviu falar do Mães pela Diversidade, em 2017. A mãe de outra drag convidou Hulda para participar do movimento. Ali se deu o início de uma caminhada para expandir horizontes sobre o universo LGBT+, conforme ela relembra:

– Fui criada em colégio de freiras e em uma família tradicional, onde tudo era errado e feio. Reconhecer que o universo pode ser mais diverso é estar disposta a aprender e a enxergar as coisas de outra forma. Também foi importante saber que eu não era a única mãe a sentir medo, angústias, ter dúvidas. Somos mais fortes juntas.

Hulda deseja que todos tenham direitos iguais em um mundo que respeite as diferenças. E essa diversidade fica estampada na Parada Livre, realizada desde 1997 na Capital e onde o Mães pela Diversidade tem lugar cativo.

Meu amor é incondicional, nunca tive medo. Só depois entendi o que ser gay significa nas ruas, quando caiu a ficha da violência e do preconceito.

O desfile encantou Hulda de tal forma que, desde o ano passado, ela faz parte da organização do evento. Foi a forma prática que encontrou para construir uma sociedade que não tolera preconceitos.

– O Lorenzo me trouxe uma vida colorida, uma montanha-russa com cores vibrantes, não são mais desbotadas. Nossa causa precisa estar ligada à família, porque nossos filhos foram desejados e são amados como qualquer ser humano. O Lorenzo diz que tem orgulho de me ver crescendo como pessoa. Eu tenho orgulho de nós dois.

GauchaZH