Melhor idade de bi e homossexuais

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Um assunto pouco discutido no movimento social de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais –GLBTs é a questão do envelhecimento das
pessoas que tem as orientações sexuais bissexual e homossexual, além de identidades de gênero transgênero. Velhice faz parte da vida de todas e todos, por isso mesmo é essencial que aprendamos a lidar com ela.É bem certo que muitos gays e travestis já tenham declarado que a nossa sina é morrer de aids ou de uma violência homofóbica. Mas é importante ressaltar que é grande o número de GLBTs que sobrevivem as agruras da discriminação, do preconceito, da violência, e à Aids. È típico dos jovens da primeira idade homossexual ( 10 aos 30 anos) denominar de tias os de segunda idade ( 30 aos 45 anos ), de “mariconas” os da terceira idade ( 45 a 80 anos ) e vovó ( mais de 80 anos). A terminologia mais correta seria as crianças e adolescentes glbts- os de 10 a 18 anos – e jovens glbts –18 a 30 anos ( primeira idade ), os GLBTs adultos de 30 a 45 anos( os da sgunda idade), os glbts maduros de 40 a 60 anos ( terceira idade ) e os glbts idosos de 60 a 120 anos ( quarta idade).
É preciso que todos tenhamos claro que a velhice, assim como a bi e homossexualidade não são doenças, mas um fator inerente a vida de seres vivos. Vírginia Wolf já disse que “ há uma idade na vida em que os anos passam demasiado depressa e os dias são uma eternidade” . O envelhecimento é um direito personalíssimo e sua proteção um direito social, garantido pela lei 10.741 que dispõe sobre o estatuto do idoso.A lei não faz distinção entre idosos heterossexuais, homossexuais e bissexuais. O certo é que nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão.É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso. A lei é bem clara quando diz no seu artigo 96 “. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
È necessário que a nossa cultura homossexual, se se pode falar de uma cultura própria de orientações sexuais distintas, inverta a lógica que marginaliza os gays, lésbicas, travestis, transexuais e bissexuais das segunda, terceira e quarta idade à condição de pessoas sem direito ao lazer, a dignidade, ao prazer, ao trabalho, a educação. Ao entramos nas salas de bate-papo, especialmente as voltadas para os públicos de Gays e lésbicas é comum a primeira pergunta a ser feita por algum internauta : “ ,qual é a sua idade “ e logo depois quanto maior for a idade dada pela pessoa , maior será o grau de discriminação, com respostas que iniciam em “ eu curto mais novos “ até “ não curto mariconas “. Esta ficando muito comum, ainda, em alguns espaços de lazer freqüentados por homossexuais, a discriminação da presença das pessoas pela limitação de idade “ não aceitamos pessoas com mais de 40 anos”.
Temos muito a agradecer aos mais velhos que abriram caminhos para que hoje o mundo esteja um pouco mais apto a presença de cidadãos e cidadãs homossexuais. Temos muito que valorizar as experiências acumuladas pelos velhos e anciões. A grande pergunta que devemos fazer é : Estamos nós, homo ou bissexuais, preparados para envelhecer? Por que o termo velho passou a ser politicamente incorreto para designar pessoas que envelhecem? O Certo é que a expectativa de vida das pessoas tem aumentado.No Brasil já é de 72 anos. E junto com a velhice de homo e bissexuais vem a solidão, a falta de participação social e política e a discriminação pelos mais jovens . Para um homossexual da terceira ou quarta idade a vida não é tão razoável como a de um heterossexual da mesma faixa etária, pois gays e lésbicas,muitas vezes não tem filhos, maridos, esposas , e outros familiares próximos que podem e devem cuidar do seu bem estar. Normalmente , o que ocorre é que homossexuais com mais idade sustentam ou mantém homo e bissexuais mais novos e muitas vezes recebem da comunidade o estigma de que o mais novo está com o mais velho ( a maricona) porque este banca o jovem.
Um desafio para todo o movimento GLBT nos próximos anos é incluir a participação de homo e bissexuais,travestis e transexuais das terceiras e quartas idades e acabar com o estigma, com o preconceito e com a discriminação, inter-grupo e na própria sociedade. Outra demanda fundamental é inserir lideranças homossexuais nos conselhos municipais, estaduais e nacional dos idosos e definir ações que protejam a integridade e dignidade daqueles e daquelas que não são heterossexuais e que muitas vezes vivem num cotidiano de extrema violência geracional.
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Léo Mendes
Secretário de Finanças da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgeneros –ABGLT
Presidente da Associação Goiana de Gays, Lésbicas e Transgeneros- AGLT
Jornalista, bacharel em Direito.
[email protected]


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