A cidade de Milão estava a permitir registar filhos de casais homossexuais nascidos no estrangeiro, com recurso a barrigas de aluguer, proibidas em Itália, ou por procriação medicamente assistida, mas esta semana o autarca da cidade, Giuseppe Sala, (centro-esquerda) disse ter recebido do Ministério do Interior a indicação para deixar de o fazer, dado que cabe à justiça decidir.
“É um passo atrás do ponto de vista político e social”, considerou o autarca.
A manifestação de hoje teve lugar na Praça de La Scala, perto da câmara de Milão, e foi convocada por diferentes organizações de direitos LGBT que veem nesta decisão “uma discriminação”.
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A união de casais do mesmo sexo foi legalizada em Itália em 2016, mas sem permitir o direito à adoção. As decisões sobre os filhos são decididas caso a caso pelos tribunais, mas as autoridades locais tomaram a iniciativa, como acontecia em Milão, de agir unilateralmente.
Elly Schlein, eleita recentemente para a liderança do Partido Democrata, de centro-esquerda, foi uma das figuras presentes na manifestação.
Desde a sua chegada ao poder em 2022, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, tem acentuado o discurso em defesa dos valores familiares tradicionais.
“Sim às famílias naturais, não ao ‘lobby’ LGBT!”, declarou, antes de chegar ao poder como líder de uma coligação de direita.
EO // VAM