lésbicas francesas procuram a Bélgica para ter filhos

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PARIS, 26 Out (AFP) – Vem aumentando cada vez mais o número de lésbicas francesas que viajam à Bélgica com a finalidade de ter acesso às técnicas de ajuda médica, as quais são vetadas na França, para ter filhos por inseminação artificial com doador desconhecido.
“Cada vez mais mulheres fazem a viagem Paris-Bruxelas para ter filhos mediante inseminação artificial com doadores desconhecidos”, disse Franck Tanguy, da Associação de Pais e Futuros Pais Gays e Lésbicas (APGL), que organiza uma conferência sobre pais homossexuais em Paris.
A doutora Anne Delbaere, chefe da “clínica de fertilidade” do Hospital Erasmo, de Bruxelas, revela que, no ano passado, para as inseminações com esperma de doador, 72% dos pacientes vieram da França” e sua maioria era formada por homossexuais.
Desde que foi aberta, há cerca de 15 anos, a clínica nunca rejeitou a solicitação de lésbicas e mulheres que vivem só, mas “não temos reservas suficientes de esperma para responder a todas as solicitações”, disse à AFP a doutora Delbaere.
“Nós não queremos fechar as portas aos casais de mulheres francesas, mas tampouco queremos prejudicar os casais heterossexuais”, acrescentou.
A clínica se viu “obrigada a limitar” seus horários de consulta, ressaltou Delbaere.
Depois da promulgação das leis de bioética de 1994, a ajuda médica à procriação está reservada na França aos casados ou àqueles que vivem em concubinato por mais de dois anos, desde que sejam “homem e mulher”.
A Bélgica, no entanto, não tem legislação a respeito e são os centros especializados que determinam os critérios de acesso às técnicas de procriação.
“Há mais de 20 anos, vários hospitais belgas estão acostumados a receber solicitações de francesas”, segundo Mathieu Peyceré e Martine Gross, autoras de um livro sobre pais homossexuais.
O procedimento “consiste em comprovar, mediante entrevistas com psicólogos, que a decisão das mulheres é clara e que a criança será criada com certa estabilidade. Os psicólogos querem saber, sobretudo, se a homossexualidade das mulheres é assumida por elas e por seu entorno”, acrescentam.
Line e Magalí, professoras na região de Paris e integrantes da APGL, ficaram impressionadas com o “apoio moral” dado por todo o pessoal do hospital de Bruxelas quando Line se submeteu a 18 inseminações em três anos antes de conseguir gerar uma filha.
“Na Bélgica fomos recebidas sem preconceitos”, disseram também Marie-Pierre Micoud, uma diretora de marketing de 41 anos, e sua companheira, Nathalie Bassac, uma parteira de 43 anos, que já tiveram três filhos desta forma.
“Para nossa primeira entrevista tivemos que esperar seis meses, agora são quase dois anos”, disse Marie-Pierre.


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