Nesta segunda-feira (10), o Tricolor Gaúcho usou as redes sociais do clube para lembrar os 46 anos de fundação da Coligay, considerada a primeira torcida organizada formada por integrantes da comunidade LGBTQIA+ que se tem notícia. A estreia do grupo foi em 9 de abril de 1977, em Porto Alegre, durante a partida Grêmio x Santa Cruz, pelo Brasileirão. A Coligay entrou para a história por atuar em um período obscuro da história nacional, a ditadura militar.
Os participantes da Coligay eram os Coliboys, frequentadores assíduos dos estádios onde o Tricolor jogava, inclusive no interior do Rio Grande do Sul. Além de incentivar o time, os integrantes tinham aulas de karatê como defesa pessoal para agir em ataques machistas e homofóbicos.
Além da alegria, os membros da Coligay se tornaram uma espécie de amuletos do time e o Grêmio voltou a ser campeão gaúcho naquele mesmo ano, após um jejum de quase uma década. A fama da torcida organizada gremista se espalhou e o presidente do Corinthians à época, Vicente Mateus, convidou o grupo para torcer pelo clube paulista. A organizada aceitou e foi ao Morumbi incentivar os jogadores corintianos, conquistando o Campeonato Paulista de 1977 e encerrando um período de 23 anos sem títulos.
A história da organizada foi contada no livro “Coligay, tricolor e de todas as cores“, do jornalista gaúcho Léo Gerchmann (Editora Libretos). Além disso, ela é considerada até hoje a primeira torcid A torcida organizada gay do Grêmio encerrou as atividades em 1983. No entanto, sua existência inspirou torcedores de outros clubes a criarem suas próprias torcidas, entre elas, a Fla-Gay (Flamengo), a Maré Vermelha (Inter de Santa Maria-RS), a GaloQueer (Atlético-MG) e a Palmeiras Livre (Palmeiras).