O Grupo Gay da Bahia (GGB) reuniu nesta quarta-feira seus associados num protesto, em Salvador, para pedir a reformulação da portaria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que regulamenta as doações de sangue, e determina ao doador informar se manteve relações homossexuais nos últimos doze meses.
O fundador do GGB e ex-presidente da entidade, professor Luiz Mott considera a portaria \’discriminatória\’. Para ele, o correto seria excluir doadores que tenham mantido relações de risco, sem camisinha, com parceiros desconhecidos.
– O simples fato de ser homossexual ou manter relações homoeróticas não implica obrigatoriamente maior risco de infecção pelo HIV. Não importa se a pessoa é gay. O que vale é saber se ela pratica sexo seguro – sustenta.
O protesto do GGB encontra respaldo numa decisão do juiz Márcio Braga Magalhães, da 2ª Vara Federal do Piauí, que, reconhecendo \’o caráter discriminatório contido na resolução\’, concedeu liminar derrubando a proibição aos homossexuais. A liminar, no entanto, foi cancelada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região de Brasília.
A argumentação da Anvisa é de que \’evidências científicas comprovam que apenas testes laboratoriais não são suficientes para eliminação da possibilidade de transmissão de doenças infecciosas, sendo a entrevista necessária como um reforço\’.
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