Flórida corta benefícios fiscais à Disney por promover temas LGBTQ+

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O embate entre a Disney e o governo do Partido Republicano na Flórida sobre a promoção dos temas do universo LGBTQ+ afeta o parque de Orlando e pode provocar até perda dos direitos autorais do Mickey Mouse.

Por Carlo Cauti

A Disney e o governo do estado americano da Flórida estão em guerra aberta por causa da promoção de temas LGBTQ+.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, decidiu cortar a isenção fiscal da Disney, por causa de uma batalha travada sobre as temáticas de preferência sexual e direitos as minorias étnicas.

O detonador dessa guerra foi a lei aprovada pelo DeSantis, o “Projeto de Lei dos Direitos dos Pais na Educação”, que regula a educação sexual nas escolas públicas estaduais, proibindo as questões de orientação sexual e identidade de gênero da creche até a terceira série.

Após a terceira série, a educação sexual é permitida desde que o material didático seja “adequado à idade dos alunos”.

“Os pais mandam seus filhos para a escola para educação, não para doutrinação militante”, disse DeSantis, apresentando a lei.

DeSantis tem 43 anos, e começou sua carreira como advogado militar das Forças Armadas dos EUA no front iraquiano, chegando a ganhar medalhas. O que lhe fornece um currículo de todo respeito para disputar com Donald Trump a indicação republicana para as eleições presidenciais de 2024.

Preocupação partiu das famílias

Mas no caso da lei que regula a educação sexual nas escolas, a preocupação partiu das famílias.

Discutir com crianças tão novas, e sem envolver os pais, sobre questões de identidade sexual ou até mesmo sobre mudanças de sexo, assusta muitas famílias.

Desde que a agenda política dos direitos transgêneros, binários ou fluidos tomou conta de todos os Estados Unidos, as pesquisas de opinião revelam um aumento no percentual de crianças e adolescentes que acabam questionando seu gênero.

Muitos observadores falam de uma moda, impulsionada por novos modelos culturais e ícones juvenis, como aqueles propostos pela própria Disney, que acabam influenciando o comportamento dos mais jovens.

A Disney, devido à sua presença impressionante na Flórida, onde tem 80.000 funcionários e o maior parque de diversões do mundo (com 58 milhões de visitantes anuais), sofreu uma enorme pressão interna.

Grupos de funcionários acusaram o CEO, Bob Chapek, de não defender minorias sexuais oprimidas por essa lei na Flórida.

O executivo cedeu às pressões, e declarou abertas as hostilidade contra o Projeto de Lei da Flórida.

Chapel também anunciou que suspenderá todos os financiamentos eleitorais para o Partido Republicano da Flórida.

Por sina, a Disney paga contribuições seja a Partido Republicano que ao Partido Democrático na Flórida, assim como em outros estados.

Em resposta, DeSantis lançou seu contra-ataque: cancelou a isenção fiscal da Disney no estado.

Disney tem paraíso fiscal na Flórida

Em 1967, a pedido do fundador, Walt Disney, a Flórida projetou um distrito administrativo especial ao redor do parque Magic Kingdom de Orlando.

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Esse distrito foi chamado de Distrito de Melhoria de Reedy Creek, funciona basicamente como uma província autônoma na Flórida, com status de paraíso fiscal.

Em cerca de 10 mil hectares, a empresa administra quatro parques temáticos, dois parques aquáticos e 281 quilômetros de trilhas.

Nesse território criado especificamente para conter o parque Disney World, a multinacional está isenta de impostos e não há regras ambientais e urbanísticas.

O status especial da Disney “era realmente uma aberração”, disse DeSantis em uma entrevista coletiva para sancionar o projeto de lei. “Nenhum indivíduo ou empresa na Flórida é tratado dessa maneira.”

Para o deputado republicano da Flórida, Matt Gaetz, todos esses privilégios fornece uma receita extra de US$ 592 milhões (cerca de R$ 3 bilhões) por ano para a Disney, que fatura US$ 73 bilhões (cerca de R$ 365 bilhões) no total.

“Esse dinheiro é retirado de outros contribuintes de nosso estado”, disse Gaetz.

Mas ofensiva dos republicanos contra a Disney, que nos últimos anos se tornou símbolo do capitalismo de esquerda, está se espalhando em todos os Estados Unidos.

No Congresso de Washington, o congressista republicano Jim Banks, do estado de Indiana, apresentou uma proposta para reavaliar os direitos autorais que protegem o Mickey Mouse e todos os produtos que usam sua imagem.

No passado, os direitos autorais eram renovados periodicamente, indo muito além de seu fim natural.

Agora, esse outro privilégio da Disney poderia acabar.

Disney “politicamente correta” é alvo de conservadores

A Disney é alvo dos movimentos conservadores nos EUA há algum tempo.

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Esse gigante possui um império que vai de filmes até parques de diversões, até cruzeiros, mas estão cada vez mais se rendendo à “cultura do cancelamento”.

Por exemplo, reescrevendo clássicos contos de fadas como Branca de Neve a Peter Pan, ou pedindo desculpas porque não eram politicamente corretos.

Nesta guerra cultural, entre um símbolo multinacional do capitalismo progressista e o bastião da América conservadora que é a Flórida, os estão usando todas as armas que possuem.

Os veículos de comunicação de direita começaram a elencar as concessões que a Disney faz para regimes ditatoriais de países declaradamente homofóbicos e onde domina a censura contra a minorias sexuais.

O serviço de streaming Disney+, por exemplo, assinou acordos com uma longa lista de países islâmicos onde a homossexualidade é crime.

Além disso, censurou alguns filmes para cumprir os ditames do governo da China.

Nas eleições legislativas de meio de mandato, que vão ocorrer em novembro, muitos pais americanos irão votar pensando nas batalhas culturais que estão travando nas salas de aula ou assistindo filmes da Disney, talvez mais do que nas batalhas que estão sendo travadas na guerra na Ucrânia.

Exame


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