Cemitério em Zurique Oferecerá Espaço para Sepulturas LGBTQ+

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Um Marco Histórico na Suíça”

No passado recente, já se tornou possível o enterro de casais homoafetivos em um único jazigo familiar. Emilie Lieberherr (1924-2011), por exemplo, uma conhecida política de Zurique, que se empenhou muito pelos direitos das mulheres, foi enterrada no mesmo jazigo que sua companheira Minnie, com a qual viveu por mais de 70 anos. Ainda é raro, contudo, que sejam vistos os nomes de duas mulheres ou de dois homens em jazigos familiares, comenta Bettina Burkhardt, membro do grupo “Descanso Arco-íris”. Ela representa a Organização de Lésbicas da Suíça (LOS, na sigla original) e faz parte das gerações dos nascidos entre 1945 e 1964. “Nossa geração e as outras antes da nossa cresceram em um ambiente muito conservador, no qual a homossexualidade era, como se sabe, um tabu. Muitas pessoas homossexuais não eram aceitas por suas famílias ou eram até mesmo excluídas”, diz Burkhardt.

Neste contexto, essas pessoas acabam ou acabavam contando mesmo é com o apoio da comunidade queer, aponta Burkhardt. “Vamos envelhecendo lado a lado e outras questões vêm à tona. A morte se aproxima e já tivemos que nos despedir de alguns amigos próximos. Por isso foi surgindo a necessidade de ter um lugar onde seja possível velar os entes queridos. As pessoas querem descansar da mesma forma que viveram”, completa.

Diversos veículos de imprensa noticiaram a respeito do projeto Descanso Arco-Íris no país. Os comentários a respeito foram em parte violentos. Foi dito, por exemplo, que não se deve levar demandas políticas para o cemitério. Ou que todas as pessoas que queriam ser aceitas pela sociedade em vida estariam se isolando dela.

Para Burkhardt, é importante que as formas de vida LGBTIQ continuem visíveis mesmo depois da morte das pessoas. Os cemitérios, segundo ela, são uma reprodução da sociedade. “O fato de recentemente termos finalmente conseguido lutar por mais direitos em setores relevantes é um progresso importante. Direitos iguais não significam aceitação em pé de igualdade. Só estaremos realmente no cerne da sociedade quando não nos depararmos mais uma vez com o ódio e com críticas por causa de um projeto de um campo de sepulturas”.

Aberto a partir de setembro

O jazigo “Arco-íris” em Sihlfeld é apenas uma parte do projeto “Descanso Arco-íris”. No futuro, os responsáveis pela iniciativa querem também publicar em seus sites as biografias e os locais onde jazem as pessoas queer. Além disso, deverão ser organizados eventos em memória das pessoas queer e disponibilizadas informações sobre a morte das mesmas. Foi criado um fundo de recursos para esse fim.

O campo de sepulturas será inaugurado em setembro próximo. As reservas já podem ser feitas a partir de julho junto da administração do cemitério. Os custos de um túmulo giram em torno de dois mil francos suíços para 20 anos – e de 2.450 francos para quem não reside em Zurique. Nesse caso, o município assume a manutenção do túmulo.

O setor de jardinagem do cemitério pretende fazer com que essa área tenha plantas muito coloridas – deixando claro que se trata do jazigo arco-íris.

Com Informações  Swissinfo


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